O professor mestiço para uma educação hominescente em Michel Serres
Formação; Educação Hominescente; Professor Mestiço.
Esta tese resulta de uma pesquisa teórica, tendo como referência as obras do pensador, filósofo, matemático e professor Michel Serres. É de natureza conceitual com foco nas ideias do autor que contribuem na compreensão de um professor mestiço para uma educação hominescente. Tem como ponto de partida o corpo como suporte da invenção e do saber, resultando o conhecimento e sua produção como processo de mestiçagem, numa perspectiva de educação que misture, integre, fusione fragmentos dispersos. Esta tese discute perspectivas de formação e de formatos docentes, reunindo elementos para a composição de um professor mestiço e seu papel numa sociedade em crise. Tem como objetivo identificar os conceitos discutidos por Serres que possibilitaram a compreensão sobre a emergência de um professor mestiço para uma educação hominescente. É possível ressignificar as contribuições de Michel Serres para pensar o papel do professor e sua prática com características mestiças, no contexto educacional atual? Para responder essa questão norteadora é utilizada a abordagem qualitativa de investigação, numa perspectiva de linguagem como interlocução e leitura como produção de sentidos, através de um diálogo compreensivo com as obras do autor sobre a temática investigada. O desenvolvimento metodológico segue o percurso adotado pelo autor, que concebe método, não como passos definidos, mas como trilhas a serem construídas sem pontos fixos, através de saltos cognitivos que ultrapassam lógicas lineares e possibilitam o maior número de comparações. Método como algo que se constrói no processo, contemplando uma imagem de organização das ideias em redes, arcos e pontes. A marchetaria como uma espécie de mosaico, um conjunto de palavras-chave, frases, que articuladas produzem sentidos foi empregada como estratégia na pesquisa que se encontra organizada da seguinte maneira: A Arlequina e o caminhar da pesquisa (apresentação da autora da tese, formação na graduação e pós-graduação); O encontro com Arlequim nos estudos da graduação e pós-graduação através de suas obras; A mestiçagem do Arlequim (contempla a formação de Serres); As cores do Arlequim: na ultrapassagem de formatos docentes e sua ação como professor; A dança da Arlequina (composição da marchetaria expressa através de tapeçarias); O bailar da Arlequina com o Arlequim (onde são apresentadas considerações e reflexões conclusivas do trabalho); e a indicação das referências utilizadas. Os fios dessa tapeçaria confirmam a tese de que é possível a emergência de um professor mestiço para uma educação hominescente e regenerativa, se reconfigurando diante dos acontecimentos e bifurcações.