INCLUSÃO DE ESTUDANTES COM DEFICIÊNCIA NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE: PANORAMA E PERSPECTIVAS
Inclusão. Educação Superior. Prática Pedagógica.
No Brasil, nas últimas décadas, em decorrência das políticas públicas de democratização ao acesso educação superior, a inclusão de pessoas com deficiência tornou-se um desafio para o ensino superior exigindo mudanças em suas condições de acesso e de permanência. Diante da diversidade presente no contexto universitário são válidos princípios que orientem a educação inclusiva na perspectiva da construção de uma educação superior atenta às demandas deste grupo garantindo sua participação, aprendizagem e certificação. Essa realidade múltipla e diversa requer dos professores de ensino superior uma revisão constante de suas concepções e de seus processos formativos no sentido de aprimorar suas práticas rumo à constituição de uma cultura de inclusão na universidade. O objetivo geral dessa dissertação foi analisar a perspectiva docente sobre o processo de inclusão do estudantes com deficiência na Universidade Federal do Acre (Ufac). Trata-se de uma pesquisa quali-quantitativa, através, primordialmente, de um estudo Survey, com aplicação de questionário em número de 101 docentes. Foram, ainda, analisados documentos da Instituição e realizada entrevista aberta com o coordenador e profissional do NAI. Os objetivos propostos foram alcançados e os resultados demonstraram que a Ufac vem transformando os seus princípios institucional em defesa da inclusão, legitimados em seus documentos institucionais, como PDI e Estatuto Geral. Com relação à perspectiva do docente sobre a inclusão do estudante na Ufac um número significativo de professores/as apresentaram respostas favoráveis quanto a inclusão de estudantes com deficiência, que significa, acreditar nas potencialidades do estudante para seguir na vida acadêmica e que mesmo com algumas dificuldades se sente capazes de ensinar para esses sujeitos. Os resultados também revelaram que os docentes consideram não estar preparados para atuar com estudantes com deficiência e evidenciam a necessidade de formação continuada para subsidiá-los no desenvolvimento do seu fazer pedagógico para atender esse público. Também ficou demonstrado pelos professores, a necessidade do Núcleo de Acessibilidade e Inclusão (NAI), setor que organiza o processo de inclusão de estudantes com deficiência na Ufac, responder de forma mais efetiva às demandas docentes relativas a tais estudantes. A Ufac tem um longo caminho a percorrer para que se efetive uma cultura inclusiva na instituição. O processo inclusivo, somente poderá se concretizar nas IES, a partir do momento que a as Instituições de Educação Superior focaram nas condições pedagógicas adequadas para atender a todos. É preciso sensibilizar, formar e envolver professores que representam um dos pilares do processo de inclusão no ensino superior.