Lévi-Strauss: mito e música entre o Largo e o Prestíssimo
Mito; Música; Mitológicas; Lévi-Strauss.
Este estudo foi elaborado com base em nossas pesquisas realizadas na obra Mitológicas do antropólogo Claude Lévi-Strauss (1908-2009), o qual confirma que linguagens, mitos indígenas e música estão relacionados. Ele propõe que a compreensão dos mitos ocorre de maneira similar com a partitura orquestral. No decorrer da tetralogia escrita por esse autor investigamos termos da música usados na análise, como também na divisão dos capítulos, principalmente do primeiro volume que a compõe. Vários procedimentos de composição e formas estão nomeados. Compositores em pares são categorizados: Sebastian Bach para o código, Ludwig van Beethoven para a mensagem e Richard Wagner para os mitos. Nesta dedução, estruturamos em partes: tema e variações, sonata e fuga com os compositores citados. Na grandeza do estudo antropológico, entre mais de 800 mitos, selecionamos os cinco primeiros da tribo indígena Bororo para discutir na parte Tema e variação. Na parte Sonata há dois mitos com mesmo tema: A esposa do jaguar para relacionar à estrutura composicional, e também quatro mitos sobre A origem das mulheres. Por último, na fuga recolhemos quatro mitos que abordam A vida breve. Diante dos termos dados em oposição, contrastes ou simetria presentes na obra, demos o título a este trabalho migrando os andamentos largo e prestíssimo por se apresentarem na música também em opostos. Quinze exemplos musicais acompanham o trabalho apoiados nas narrativas selecionadas. Para tanto, questionamos como incesto, assassinato e demais acontecimentos fazem parte da sociedade que eleva a natureza como extensão da própria vida? E como Lévi- Strauss pensou a antropologia harmonizada à música. Na elaboração deste estudo, pensadores como Peter Sloterdijk dialogam o território redondo da Mitologia.