QUILOMBO URBANO MALOCA: TERRITORIALIDADE E RESSIGNIFICAÇÃO DE PROCESSOS IDENTITÁRIOS
Memória coletiva; etnicidade; quilombos urbanos; territorialidade.
Atualmente nas ciências sociais a questão da autoidentidade e suas acepções absorvem como um dos objetivos centrais vertentes que tangem análises de um imaginário (re) construído a partir de processos de afirmação identitária. No discurso étnico a consolidação de fronteiras sociais (re)montam um aparato político social capaz de reivindicar seus pertencimentos concernentes à sua ancestralidade, assim como a interpretação dos sentidos dado ao seu território por determinado grupo. Este trabalho de dissertação é o resultado de um estudo etnográfico desenvolvido junto aos moradores da Comunidade Maloca, localizada no bairro Getúlio Vargas, vizinho ao centro comercial de Aracaju-SE. Desde fevereiro de 2007 o grupo é certificado pela FCP – Fundação Cultural Palmares como comunidade remanescente de quilombo, ao tempo que se insere numa particularidade por estar presente num centro urbano, diferenciando-se da maioria dos remanescentes quilombolas que, em seus contextos, afloram especificidades fundiárias e rurais. Concentra-se no trabalho o processo de formação territorial da Maloca, assim como a chegada dos seus primeiros atores sociais, contextualizando o processo de legitimação referente ao território que vivem, assim como as diversas narrativas que (re) constroem tempos vividos, as relações de parentesco, conflitos, o processo de autoafirmação como quilombolas e as relações de pertencimento com seus espaços habitados/vividos e contidos no imaginário da cidade de Aracaju. Tenta-se, na oportunidade, a compreensão dos sentidos que afirmam a sua etnicidade, paralelo à busca do grupo por políticas efetivas e garantia de direitos constitucionais no contexto urbano.