Maracatus Solar e Reis de Paus: a cultura da carnavalização de rua em Fortaleza
Festa; Maracatu; Sociedade; Comunicação.
Trata-se de uma análise comparativa entre os Maracatus Solar e Reis e Paus, apresentando similitudes e diferenças entre ambos de modo a interligar o passado ao presente, com o intuito de identificar o que se hibridiza e o que configura uma ação minoritária de resistência. Demarca-se, assim, que essa pesquisa teórica e prática anuncia simultaneamente os modos de capturas intensificados pelos meios de comunicação e as linhas de fuga e de desvio enunciadas por meio do Maracatu. Aborda-se também o sentido da festa como um ato político, ideológico, de subversão, de transe e de transgressão à ordem social. Porém, ao mesmo tempo em que festa é vista como um lugar de inversão das determinações do poder, ela também é utilizada como um dispositivo de afirmação dos valores modernos de controle e dominação. A ambigüidade é a marca principal, pois na medida em que a festa do Maracatu se transforma em inversão, ela afirma os modos de conservação e legitimação dos valores políticos das classes dirigentes. Situação essa que ocorre com o processo de carnavalização decorrido desde a idade média até os dias atuais. Define-se também o conceito de representação em Émile Durkheim (2003), Michel Foucault (2000 e 2008) e Serge Moscovici (2010). Os conceitos de carnavalização em Mikhail Bakthin (1999) e de tradição através de Jonh Thompson (2009) também encontram-se aqui definidos.