De Alianças a Democratismos: A trajetória do PFL no Rio Grande do Norte
PARTIDOS POLÍTICOS; PARTIDOS NO RN; PFL.
As eleições de 2002, que deram vitória ao Partido dos Trabalhadores, trouxeram muitas conseqüências sob o ponto de vista dos processos partidários. Uma delas foi a ida para oposição do PFL, um partido marcadamente governista e que exerceu grande peso na governabilidade do país desde sua fundação em 1985. Sua trajetória recente na condição de oposição vem apontando para um intenso e progressivo processo de enfraquecimento eleitoral. No Rio Grande do Norte, entretanto, até as eleições de 2010 o partido permaneceu apresentando destacado papel na estruturação dos processos políticos e eleitorais. Dessa forma, o objeto de investigação deste estudo é o PFL (Partido da Frente Liberal) no Estado do Rio Grande do Norte, de 1986 a 2010. O objetivo geral da pesquisa consiste em analisar a trajetória e o peso do partido na dinâmica político partidária do estado ao longo desse período. A hipótese central é que a chave para compreensão do desempenho do PFL-RN está relacionada aos seguintes fatores: a) desdobramentos e heranças políticas de contextos anteriores (montagem de um sistema partidário de feição conservadora, afinidades políticas entre partidos derivados da ARENA-PDS, eficiente controle político do processo de transição no estado, herança organizacional consolidada de estruturas políticas e partidárias capilarizadas por todo estado por parte do PFL e demais partidos de direita no RN); b) regras eleitorais que em diferentes momentos beneficiaram o partido. (c) Posição do partido no plano federal na condição de governista desde seu surgimento, meio pelo qual pôde desfrutar, de 86 a 2002, dos recursos políticos e materiais que foram fundamentais em suas estratégias de fortalecimento e mobilização eleitoral.