SUICÍDIO ENTRE PESSOAS LGBTQIAP+: uma análise acerca das influências dos dispositivos de poder sobre a produção do comportamento suicida
Suicídio; Identidades de Gênero; Identidades Sexuais; Depósitos de Poder; Cisnormatividade.
A Organização Mundial de Saúde (OMS), em apresentação do seu relatório em âmbito internacional assevera que a cada quarenta segundos uma pessoa perde a vida em decorrência de suicídio e, nessa perspectiva, aproximadamente 700 mil são vítimas todos os anos. Aos que recorrem a literatura especializada para compreender mais sobre o fenômeno, no que tange recortes como sexualidade e gênero, em se tratando de pessoas pertencentes a comunidade LGBTQIAP+ encontra frequentemente discussões incipientes e dados epidemiológicos inconsistentes acerca do comportamento suicida. Partindo dessa problemática, essa pesquisa visou analisar associações entre minorias e a presença de comportamentos suicidas a partir da influência de dispositivos de poder que se manifestam através de dimensões do contexto social. No processo de aprofundamento dessa problemática, as dimensões socioeconômicas e socioafetivas serão consideradas, nos atravessamentos que constituem a natureza social da experiência individual e coletiva entre Lésbicas, Gays, Transgêneros, Travestis, Transexuais, Queer, Intersexos, Assexuais, Pansexual e demais expressões de orientação sexual e/ou gêneros parte da comunidade (LGBTQIAP+) ao ponto de se fazerem influentes na presença do comportamento suicida. Para tanto, os esforços dessa pesquisa se concentraram especificamente em identificar de que maneira as dimensões supracitadas subvertem ou denotam dispositivos de biopoder, influentes subjetivamente na produção da heteronormatividade e por conseguinte na ocorrência de fatores precipitantes ao comportamento suicida. Além de compreender como essas mesmas dimensões aparelhadas pela cisnormatividade, a partir da percepção de Viviane Vergueiro, tem o potencial precarizante e excludente sobre as vidas de travestis e transexuais, ao ponto de manifestar formas de necropolítica influentes sobre óbitos por suicídio. Assim como, reconhecer interseções entre fatores protetivos, estratégias de prevenção e posvenção, acionadas ou não, quando o público em questão são pessoas pertencentes a comunidade LGBTQIAP+. Com esse propósito, o método de investigação escolhido foi o modelo qualitativo. Essa escolha se deve ao fato de o método qualitativo permitir a reunião de diferentes arcabouços teóricos, no processo de escolha das fontes e coleta de dados, além de reconhecer a importância de concepções transdisciplinares no momento da análise. Tendo em vista, o modelo qualitativo, as estratégias para coleta e análise de dados se deram a partir da combinação entre análises documental e revisão integrativa.