Religião e Política: uma análise da participação evangélica na esfera pública brasileira (eleições presidenciais 2010-2018)
Religião e política. Eleições presidenciais. Evangélicos. Esfera Pública.
A intensa participação evangélica (especialmente os ramos pentecostais e neopentecostais) na política brasileira na última década (re)colocaram em evidência as estreitezas das relações entre religião e política, sendo as últimas eleições presidenciais (2010 -2018) significativas nesse sentido, uma vez que o peso da religião e de questões de natureza moral sobre a esfera pública se revelaram de forma contundente. Partindo de tal realidade, a corrente investigação procura analisar, no quadro das relações entre religião e política no Brasil, a participação dos evangélicos, nas eleições presidenciais de 2010 a 2018, como atores políticos relevantes da esfera pública. A metodologia de estudo busca aliar o campo teórico ao campo prático de investigação. Dessa forma, a tese faz uso de um corpo referencial capaz de contemplar autores relevantes no campo da religião e política (Oro (2006;), Machado (2012ab), Mariano (2014), Burity (2001; 2006), entre outros), nos estudos acerca dos evangélicos (Mafra (2001), Mariano (2014), Camurça (2013), Campos (2008)), nos questionamentos sobre conservadorismo (Bobbio (1995), Almeida (2017a), Lacerda (2019), etc.) e nas reflexões sobre democracia (Miguel (2017) e Biroli (2020)) e esfera pública (Habermas (2014; 1997)). Concretamente, procurou-se ter acesso aos saberes e informações inscritos em fontes jornalísticas, em registros bibliográficos e dados de pesquisas. O que corresponde a realização da coleta e análise de dados referentes às eleições indicadas: informações em jornais do país, sobretudo, a Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, mas também pesquisas em sites de menor importância (IHU, IstoÉ, etc.), pesquisas de intenção de voto (Datafolha e IBOPE), informações institucionais (IBGE, TSE, DIAP) e demais estatísticas encontradas em fontes bibliográficas (Oro (2006), Oro e Mariano (2010), Mariano e Gerardi (2019; 2020), Cervellini, Giani e Pavanelli (2011), Bohn (2004), Nicolau (2020), entre outros).