Arte; revolta; micropolítica; máquina de guerra; Critical Art Ensemble.
Este trabalho versa sobre arte e política contemporâneas. O objeto de análise que dará acesso privilegiado às atuais relações estabelecidas entre arte e política é o coletivo Critical Art Ensemble (CAE), um grupo de artistas e ativistas que há três décadas tem se dedicado a produzir uma arte com forte teor político. Neste trabalho, o CAE é considerado um dos exemplos mais complexos e atuais da arte-revolta, conceito que sintetiza as abordagens de Camus e Kristeva sobre a revolta em uma nomadologia da arte contemporânea. Segundo o argumento apresentado no trabalho, a arte-revolta praticada pelas vanguardas históricas do século XX, ao se contrapor igualmente ao espetáculo e ao estado, construiu uma máquina de guerra artística que tem consolidado uma resistência para a qual a arte é política continuada por outros meios. Em sua rica história, a arte-revolta construiu diversas matrizes de ação que se oferecem às novas gerações como estratégias de intervenção criativa na esfera pública normalmente dominada pelas instâncias políticas institucionais. Neste sentido, o Critical Art Ensemble opera uma máquina de guerra que prolonga e atualiza o ímpeto da arte-revolta no campo da resistência cultural que escapa aos aparelhos do espetáculo e do estado. Portanto, a pesquisa da produção teórica e prática do Critical Art Ensemble se faz a fim de compreender o papel da arte-revolta no tempo presente, seus dilemas, suas estratégias e possibilidades de ação.