“SOMOS QUEM PODEMOS SER”: OS HOMENS (TRANS) BRASILEIROS E O DISCURSO PELA (DES)PATOLOGIZAÇÃO DA TRANSEXUALIDADE
Transexualidade. Homens (trans) brasileiros. Despatologização.
Esta pesquisa buscou analisar o discurso dos homens (trans) brasileiros em relação à (des) patologização das identidades (trans). Para tanto, buscou-se analisar a percepção dos sentidos atribuídos pelos homens (trans) brasileiros às suas experiências inseridas no contexto em que sua vivência é considerada uma patologia psiquiátrica, passível (ou não) de ser laudada por profissionais das áreas médica e psicológica. De tal maneira que, a obtenção deste parecer torna-se obrigatório para a realização de alterações corporais, bem como aos encaminhamentos para as modificações da documentação civil. A metodologia adotada foi a análise de discurso e as técnicas de pesquisa foram entrevistas semi-estruturadas e observação sistemática das reuniões do grupo Cartografias Trans, grupo de atendimento psicoterápico à pessoas (trans) do Centro de pesquisa e atendimento à travestis e transexuais – CPATT em Curitiba, Paraná. O referencial teórico da pesquisa apoiou-se principalmente, mas não apenas, nos estudos propostos pela teoria queer. Nesse sentido a pesquisa verificou a partir da inserção no campo e da análise que os dados trouxeram, dentre outras questões, a existência de um discurso estratégico por parte dos homens (trans) brasileiros em relação à despatologização de suas identidades, manifestado principalmente na noção de que ter a identidade (trans) patologizada não os torna doentes.