Relativamente curta (1923-1935), mas consistente, a carreira de Artaud pelo cinema é ainda pouco analisada, sendo mais conhecidas suas propostas para o teatro, principalmente a noção de Teatro da Crueldade. É a partir dela que responderemos a algumas questões: Artaud elaborou uma noção de crueldade para além do teatro? É possível pensar a cultura da crueldade para o cinema? Podemos pensar o sujeito contemporâneo a partir dessa cultura? A ideia de crueldade será pensada a partir de autores como Gilles Deleuze, Félix Guattari (Corpo sem Órgãos, Rostidade), Peter Sloterdijk (sujeito contemporâneo), Jacques Derrida (Representação) entre outros. A pesquisa será realizada nos textos em francês (teorias, roteiros, cartas e referências) e na filmografia do autor, além de consultas aos demais comentadores. De forma ainda insipiente, é possível encontrar uma forte relação entre as noções de crueldade para o cinema e o teatro, embora isto ainda não tenha sido profundamente analisado, constituindo-se uma lacuna nos estudos dedicados a Artaud.