Diários de Edgar Morin: vida, política, complexidade
Complexidade; Epistemologia; Diários; Escrita Íntima.
A pesquisa Diários de Edgar Morin – vida, política, complexidade pretende investigar a trajetória intelectual do pensador, Edgar Morin através de sua escrita íntima. Entre seus mais de 50 livros publicados13 são diários, dos quais selecionamos 8 para nossa investigação. Com o conceito de Hyuponematas, de Michel Foucault e de Autobiografias de Philippe Lejeune seguimos no encalço da germinação de uma epistemologia complexa em busca do sujeito do conhecimento reclamado por Morin em sua crítica à ciência moderna. Para isso temos algumas pistas deixadas pelo pesquisador: “Religar vida ao conhecimento. Minha questão é essa.” Tarefa que exige uma reforma de pensamento diretamente ligada à capacidade do ser humano de elucubrar. E, se a questão central é de reforma, de construção de um novo paradigma é preciso ser capaz de mobilizar os sentidos disponibilizados contextualmente com a substância viva da experiência do sujeito. O narrador do diário é sujeito capaz de (re) contar a narrativa sobre si mesmo. Portanto, os diários de Morin, longe de serem tomados como parte menor de sua obra podem ser vistos como provocação empírica de um pensamento que abarque os nossos processos de identificação e como organizamos escolhas e tomadas de decisão. Portanto, a prática de conhecer-se a si mesmo em paralelo às ações dos papéis sociais é exercício ético e prática de produção de conhecimento.