EVANGÉLICOS E POLÍTICA: UM OLHAR SOCIOLÓGICO SOBRE O ÍMPETO CLASSIFICATÓRIO
Evangélicos. Política. Sociologia. Classificações. Teoria Ator-Rede.
A pesquisa rastreia conexões sociais em torno do significante “pentecostalismo” através do mapeamento de controvérsias relacionadas às classificações erigidas e consolidadas pela Sociologia do Novo Pentecostalismo no Brasil. Na busca por compreender modalidades contemporâneas de pentecostalismo, o uso do aparato teórico e metodológico dessa sociologia defronta-se com o histórico de desenvolvimento das formações pentecostais, renitentes ao furor classificatório do pensamento estritamente taxonomista. Em contrapartida, propõe-se um modo alternativo de pensamento inspirado no conceito deleuziano de rizoma, modelo para construção uma perspectiva não classificatória (antissociologia) do pentecostalismo e preocupada com as implicações políticas das classificações. Desinteressada pela atividade classificatória irrestrita, visando a superação de obstáculos epistemológicos incrustados no modelo hegemônico de ciência e animada pelo caráter inventivo dos processos de desenvolvimento das formações pentecostais, a proposta de uma abordagem não taxonomista constitui um outro olhar sobre as inquietações despertadas pelas dissidências e versatilidade pentecostais. O desdobramento dessas questões tem como ponto de partida a interlocução com atores em templos de Igrejas genealogicamente pentecostais, situadas na Região do Cariri cearense, a partir das quais emergiu a problemática. A efetivação desse experimento encontra-se calcada nas reflexões negativas da introdução latouriana à Sociologia das Associações (Actor-Network Theory), cujos princípios compelem à redefinição dos conceitos de ciência e social, orientam a reorganização dos procedimentos investigativos na pesquisa e conferem lucidez ao aspecto político dos trabalhos produzidos sob o título de ciências sociais.