China: onde os extremos se tocam - Possibilidades e contradições da ascensão da China no século XXI
China. Estados Unidos. Geopolítica. Luta de classes. Partido Comunista Chinês.
A ascensão da China enquanto potência, num mundo que há mais de uma década atravessa os efeitos da crise capitalista global de 2008, é difícil de não ser notado. Mas é muito mais complexo observar, em meio ao modo de existir desse movimento da matéria social, o que vem mudando sob os nossos olhos. Talvez a China seja uma das expressões mais intrigantes desse movimento da matéria: ela é, e ao mesmo tempo não é, o que parece, a cada momento. Em função de seu desenvolvimento desigual e combinado exacerbado, ela é atraso e modernidade em estado concentrado. Poderíamos t omar emprestada a noção de Engels, e descobrir também que na China os dois polos de um antagonismo são tão inseparáveis um do outro como opostos um ao outro e, apesar de seu caráter antagônico, interpenetram-se reciprocamente. Atraso e modernidade convivem, opondo-se. Transformando-se em ritmo acelerado, e por isso parte de uma transição das conexões internas da vida socio-econômica mundial, o melhor método seria captar o vetor tendencial para onde se dirigem essas mudanças.