Igrejas Evangélicas nas Prisões Femininas: O Caso Rhema
Mulheres. Prisão. Religião. Igreja Vitória Cristã.
O trabalho resulta de pesquisa que busca compreender a atuação do curso bíblico Rhema Prisional na vida de mulheres encarceradas. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, com enfoque numa abordagem descritiva e analítica. O Rhema é uma escola bíblica de caráter interdenominacional, supervisionada pelo Ministério Verbo da Vida e conta com treze cursos em penitenciárias no Brasil. A discussão proposta baseia-se na tríade mulher-prisão-religião, no arcabouço teórico e metodológico das Ciências Sociais e em investigação empírica na Penitenciária Regional Feminina de Campina Grande – PB. Procuramos estabelecer um debate sobre a construção dos enunciados do curso bíblico - que tem por base a “Palavra de Deus” -, abordar as práticas discursivas e seus efeitos e analisar como mulheres em cárcere se apropriam de dispositivos discursivos acionados pela religião. Nos questionamos sobre quais os efeitos do ambiente prisional na vida das mulheres presas, como as liberdades e individualidades se estabelecem em um ambiente completamente hostil, como essas mulheres estabelecem uma relação ética, transformadora consigo, principalmente a partir da inserção das práticas religiosas na rotina da prisão. O trabalho tem sido construído mediante um estudo teórico de autores que dialogam com a realidade, tais como Michel Foucault, Bruno Latour, Giorgio Agamben, entre outros, e pesquisa documental nos livros do Rhema, em revistas e em publicações do site do Ministério Verbo da Vida. Serão realizadas entrevistas e conversas informais na Igreja Verbo da Vida e na penitenciária. Objetivamos construir uma “parceria do conhecimento” (LOPES JR, 2019) com o campo a partir do compromisso de se fazer compreender, ao mesmo tempo que tentamos compreender a realidade. Nossa investigação sociológica busca analisar e contribuir para o entendimento sobre os modos de subjetivação das mulheres que vivem em cárcere e acrescentar conhecimento científico para as teorias das formas de subjetivação contemporânea e para as políticas públicas voltadas para a gestão da população feminina carcerária.