"PELA GEOGRAFIA APRENDI QUE UM JOVEM COMO EU PODE AMAR E SER FELIZ": POR UMA SÓCIO-POÉTICA DO ESPAÇO EM BELCHIOR
Belchior; Música; Imagem; Imaginário; Cultura.
A presente pesquisa de tese é referente à música do cantor e compositor Antônio Carlos Belchior (1946-2017), mais conhecido como Belchior, famoso pelo sucesso na década de 70 e um dos maiores expoentes da chamada MPB. Problematizamos e propomos que as imagens lítero-musicais presentes em seu cancioneiro retroagem sobre o comportamento e a biografia do artista cearense e sendo assim, buscamos a partir da nossa leitura, identificar a existência das imagens, como espaços poéticos, isto é, referências geográficas e simbólicas, que denotam as mudanças de caráter estético e pessoal do compositor. Destacamos assim quatro espaços poéticos: um sertão poético em Belchior, subdividido em sertão de Sobral, sertão da devoção e sertão de Fortaleza, em seguida, uma cidade poética em Belchior, a qual também se subdivide em cidade da contracultura, da política e do erotismo, uma América Latina poética e por fim um quarto espaço poético, a Arcádia, local último de produção do artista e do ser Belchior. Metodologicamente recorremos à noção de espaço autobiográfico para destacarmos as múltiplas narrativas, com destaque as músicas de Belchior, somado a sua aparição e registro em outras mídias como, entrevistas para TV, rádio e imprensa escrita, sites e blog com conteúdo licenciado pelo artista, trabalhos biográficos, autorizadas ou não sobre o compositor. Para estudarmos as imagens que lemos no cancioneiro do artista cearense, inicialmente utilizaremos uma abordagem pluridisciplinar da imagem e do imaginário como Bachelard, Emanuelle Coccia, James Hillman, destacando como os fenômenos do imaginário ligam-se aos fenômenos da cultura tomada como atividade, processo em constante mudança, expressa na abordagem de Zygmunt Bauman sobre a natureza da vida cultural.