UM NÚMERO NO LAGER: um estudo na literatura da Shoah
Literatura da Shoah; Judaísmo; Misticismo; Fenomenologia; Sociologia.
O estudo é uma proposição, como nas palavras do poeta Celan, dizer de outra forma que não assim. Dizer o quê? Como se pode pensar a literatura da Shoah sem cair numa análise de formas e números? O ponto de partida foi uma citação de Primo Levi, que despertou a questão: o que significou para o judeu a substituição do nome pelo número no campo de concentração nazista? Assumindo que não seria um caminho tão simples, optei por uma escrita que viabilizasse o uso das imagens do Lager trazidas pela leitura dos relatos. As escolhas teóricas após as leituras iniciais foram Walter Benjamin e Gaston Bachelard. Após verificar nos textos sobre o nome e a alma no judaísmo que a questão do mal estava entrelaçada, Hannah Arendt deixou de ser uma opção para comentar a questão judaica e entrou como leitura fundamental. Entre as leituras sobre a questão judaica entraram Giorgio Agamben e Léon Poliakov. Surgiu com isso a necessidade de pensar sobre a alteridade, por entender que a questão levantada pelo trecho de Primo Levi implicava a pessoa não apenas do ponto de vista político - por isso a discussão sobre o nome e alma. O resultado é o entrelaçamento desses seis autores: Walter Benjamin, Hannah Arendt, Emmanuel Lévinas, Gaston Bachelard, Gershom Scholem e os relatos. Juntos, numa escrita em constelação esses grandes pensadores judeus formam a minha estrela de seis pontas, uma leitura sobre a literatura da Shoah.