O Recife que ninguém vê: uma análise do morar no bairro do Pilar no Recife
Pilar; representação; dinâmicas; práticas; comunidade.
Diante de um contexto mercadológico e consequentemente de consumo das cidades, o trabalho que se apresenta tem como objetivo discutir como a mercantilização dos espaços vem adequando seus arredores não incluídos nos fins de uma lógica mais econômica, parente de uma modernidade adequada aos parâmetros mercantis. Trataremos aqui das estratégias tomadas pelos moradores do bairro do Pilar no Recife, diante do processo de gentrificação dos arredores do lugar, que, atendendo aos anseios consumistas, sofreu todo um processo de modificação de sua lógica estrutural em prol de uma adequação ao turismo e ao consumidor. O trabalho busca compreender a situação de quem reside junto ao polo turístico mais importante da cidade, convivendo com a extrema carência de políticas públicas diversas, separados de todo o luxo pró-consumidor, por tapumes. Buscaremos observar possíveis táticas e estratégias adotadas pelos moradores do bairro do Pilar, vizinho ao Recife Antigo, para sobreviver em meio ao capitalismo e especulação imobiliária. Partiremos de uma análise microssociológica, para entender a partir do indivíduo e das suas relações cotidianas, como se dá essa significação do morar em um espaço permeado por desigualdades, buscando verificar se existem estratégias de ressignificação do espaço habitado e se estas estão de certo modo vinculadas ao processo de gentrificação do Recife Antigo.