O VELHO EM FOCO: CORPO, CONSUMO E TELEVISÃO
Velhice. Corpo. Consumo. Televisão.
Os novos discursos sobre a velhice contrariam as representações tradicionais da velhice e apresentam essa fase da vida como um processo que engloba a atividade, novas aprendizagens, flexibilidade, satisfação pessoal e novos vínculos afetivos e amorosos. Desse modo, engendra-se uma nova perspectiva sobre o processo de envelhecimento e a velhice se transforma em terceira idade. Essa nova perspectiva estimula os idosos a se manterem saudáveis e ativos, sobretudo para o consumo, fazendo da juventude não mais uma etapa de vida, mas um valor que pode ser alcançado independentemente da idade cronológica. Nesse contexto, a mídia, em especial a televisão, que exerce grande poder na construção da imagem das diversas etapas da vida, impõe aos idosos uma nova relação com o consumo e com o corpo, buscando aproxima-los da ideia de juventude. A presente pesquisa busca então investigar como se dá a relação do idoso consumidor de serviços e produtos de cuidado com o corpo com a televisão e sua programação. Como pressuposto, assume-se que o idoso que se mantém ativo para o consumo é o idoso que a mídia valoriza e a imagem que a mesma perpetua em seus canais. No capítulo em foco apresentamos dados demográficos sobre a velhice, discutimos as palavras que designam o velho e seus usos ao longo da história de acordo com a concepção de Silva e Debert, bem como a evolução da velhice como centro do discurso político e social, também tendo como veio o entendimento de Debert. Por último, discorremos sobre o envelhecimento do corpo na sociedade atual e suas implicações para autoimagem que os velhos constroem sobre si mesmos usando como aporte teórico principalmente o conceito de biopolítica e biopoder de Foucault .