Cenário do Protestantismo Brasileiro no Contexto da Pós-Modernidade
Pluralidade denominacional; Protestantismo; Pensamento Frágil; Modernidade; Pós-modernidade.
Há muito tempo que as manifestações religiosas são consideradas itens importantes nos mais variados meios sociais. Nesse sentido, interessa-nos entender a forte pluralidade denominacional existente, bem como a emergência de novos movimentos/eventos e formas do cristianismo no Brasil, que, por conseguinte é um reflexo do que acontece no restante do mundo globalizado. Tal interesse é revestido pela premissa de que a religiosidade e os meios sociais são construídos de forma mútua e interligados, o que nos permite compreender que a cosmologia social se apresenta como um espaço fértil e privilegiado para a verificação das interações concernentes ao binômio: religião e sociedade. O protestantismo é dividido em três grandes correntes: Histórica, Pentecostal e Neopentecostal. Cada corrente surgiu para adaptar o protestantismo à cosmologia social das épocas históricas, desde a reforma protestante até os dias de hoje, formando instituições com determinadas posturas éticas e morais. Nesse sentido, faz-se necessário pesquisar e entender como o protestantismo histórico, o pentecostal e o neopentecostal se implantaram no Brasil. A partir disso, pensamos ser interessante problematizarmos de forma acurada os seguintes aspectos: Como se deram os processos de formação das vertentes/movimentos evangélicos no Brasil? Esses movimentos ainda estão mantendo suas “roupagens clássicas” ou estão hibridizando suas fronteiras? Quais são as modulações de trânsito religioso que demonstram esta provável hibridização? Se existe, de fato, uma hibridização entre os movimentos evangélicos, podemos colocar que ela é fomentada apenas por uma lógica de “mercado de bens simbólicos da religião” do mundo atual? Na atualidade, estamos vivenciando um período de mudança cosmológica, do Moderno ao Pós-moderno (caosmológico). Este último se caracteriza, portanto, pela secularização, pela fratura, a mutilação, a diversidade de subjetividades. E é pensando neste “espírito do tempo” que tomamos como principal referência teórica deste estudo o filósofo italiano e pensador da pós-modernidade Gianni Vattimo que caracteriza a pós-modernidade com a cosmologia do Pensamento frágil/pensiero debole e pós-metafísico, ou seja, que potencializa o surgimento de instituições mais plurais e não-absolutas. Para tanto, ele lança mão das filosofias dos alemães, Nietzsche e Heidegger. Por fim, importa dizer que embasado neste quadro teórico, levanto a hipótese de que o protestantismo tende a se “multilar” por influência da episteme social pós-moderna, proporcionando, com isso, o surgimento de uma nova corrente híbrida ainda não nominada e que pode transitar entre as três grandes correntes do protestantismo mundial, com características nas quais convergem aspectos das mesmas.