Petroquímica, petrofísica e geofísica de complexos carbonatíticos e ultramáficas associadas
do Núcleo Arqueano São José do Campestre, NE do Brasil
Carbonatito; ultramáficas; gravimetria; carbonatito primário; carbonatito crustal.
Carbonatitos são rochas exóticas com mais de 50% de carbonato de origem ígnea e SiO2 <20% em peso, e que estão comumente associados com diversos litotipos. No Núcleo Arqueano São José do Campestre (NASJC), Estado do Rio Grande do Norte (NE do Brasil), são reportadas ocorrências de carbonatitos associados a rochas ultramáficas piroxeníticas. O NASJC é formado por diferentes gerações de metagranitóides dioríticos e graníticos e metassupracrustais de idades arqueanas (3,41-2,67 Ga). Os piroxenitos e carbonatitos são reconhecidos por apresentarem geometria circular ou elíptica em plano horizontal, truncarem estruturas de baixo ângulo do embasamento e formar um solo escuro e argiloso (massapê). A rocha piroxenítica contém como minerais essenciais e acessórios: diopsídio com ou sem escapolita, granada, titanita, plagioclásio e minerais opacos. Os tipos carbonatíticos são constituídos essencialmente por calcita e olivina, com quantidades variadas de flogopita, granada e Mg-ferrita/magnetita. Dados de litoquímica dos carbonatitos revelam que os conteúdos SiO2 <20 % em peso e CaO em torno de 40 % em peso. Os elementos traços (Ba, Sr, Nb, Zr) e ETR são baixos quando comparados com a média de carbonatitos na literatura, embora alguns trabalhos apresentem valores similares. Determinações de densidade evidenciam um contraste expressivo entre a rocha ultramáfica/carbonatito com o gnaisse encaixante, resultando em uma anomalia gravimétrica com forte gradiente. A modelagem 2D realizada sobre o perfil gravimétrico, sugere uma geometria 3D elipsoidal, similar a outros corpos carbonatíticos no mundo. Os dados aqui expostos neste trabalho permitem classificar estas rochas carbonáticas como carbonatitos de natureza primária de uma fonte mantélica ou crustal.