Análise Probabilística da Ameaça Sísmica para o Nordeste do Brasil
Análise Probabilística de Ameaça Sísmica; Zoneamento sísmico; Sismicidade intraplaca; Nordeste do Brasil
O Nordeste do Brasil tem experimentado notáveis eventos de deformação ao longo de sua história geológica com grandes paleosismos (~5,5- 6,0 Mw), comumente separados por períodos quiescentes de poucas dezenas ka. A sismicidade documentada desde alguns séculos atrás tem apresentado atividade sísmica baixa a moderada, porém a baixa atenuação sísmica permite que mesmo terremotos de magnitude moderada (~ 4,0-5,0 mb) representem uma ameaça significativa. Além disso, o aumento da população e sua proximidade a fontes sísmicas tem significado que eventos ainda menores geram inconvenientes sociais (eventos sísmicos "incômodos"). Diante disso, avaliar o potencial de ocorrência de terremotos danosos para a sociedade é de considerável importância, e, para isso, relatamos nossos resultados preliminares da uma Análise Probabilística de Ameaça Sísmicas (PSHA) sobre esta região. Para este fim, filtramos o catálogo sísmico original considerando as incertezas epicentrais, a magnitude de completeza e o desagrupamento da sismicidade. O teste qui-quadrado realizado sobre o catálogo restante indica que a distribuição de Poisson não pode ser rejeitada, portanto respeitando a premissa de PSHA de independência temporal dos terremotos. Em seguida, foi realizado o zoneamento sísmico seguindo um julgamento crítico em conjunto de uma estimativa de densidade epicentral de kernel com janelas com 1º de intervalo e raio fixo de 25 km, resultando em 4 zonas sísmicas onde a densidade epicentro é maior. As outras três zonas sísmicas foram delimitadas, considerando regiões cuja magnitude e intensidade têm sido capazes de causar um mínimo de incômodo à população. Além disso, delineamos uma fonte de sismicidade de fundo para compreender uma região com terremotos de magnitude significativa (normalmente maiores que 3,0 mb), mas sem um agrupamento espacial claro. Como resultado, assumindo um valor fixo = 0,92 para todas as zonas sísmicas e adotando equações de predição de movimento do solo de outras áreas intraplaca com condições tectônicas similares, pudemos realizar cálculos de ameaça usando o programa R-CRISIS. Nossos resultados preliminares mostram valores máximos de PGA entre 5-8% g para uma probabilidade de excedência de 10% em 50 anos.