Análise multiescala de afloramento digital de analógo de reservatório carbonático na Formação Salitre
Análogos de reservatórios carbonáticos; Afloramento digital; Tomografia de Resistividade Elétrica; Corredores de fratura; LiDAR.
O presente estudo investiga a influência de fraturas subsísmicas na interconectividade e fluxo de fluidos associados a rochas carbonáticas dobradas, e seu papel nas fases de evolução do processo cárstico no Sistema Brejões, Bacia de Irecê, Nordeste do Brasil. Procuramos também promover a caracterização geofísica de Brejões I e do sistema cárstico envolvente. Realizamos levantamentos de sensoriamento remoto 3D na superfície com um Veículo Aéreo Não Tripulado (VANT) e subsuperfície com Laser Scanner Terrestre (LST). Com base nos afloramentos digitais, realizamos análises de atributos de fratura e medição de estratificação, distribuições de comprimento de fratura, estimativas de persistência, topológica, morfométrica e investigação geofísica. A análise multiescala mostra que corredores de fraturas, cavernas e cânions ocorreram ao longo de uma dobradiça de um anticlinal orientado N-S ou paralelo a ele. Os dados de fraturas superficiais e subsuperficiais estão relacionados e de acordo com dois eventos de compressão relacionados à orogênese brasiliana. Os expoentes da lei de potência superiores a 2,5 sugerem a influência de todos os comprimentos de fratura na conectividade do sistema Brejões, com ênfase em fraturas menores que 50 m. A análise topológica demonstrou uma rede de fraturas altamente conectada, acima do limite de percolação, com agrupamentos extensos e vários níveis de interações. Esses resultados são suportados pela ampla distribuição de valores de persistência nos mapas de intensidade de fratura (P21) e densidade (P20). Os atributos morfológicos aplicados na prospecção geofísica permitiram a otimização de suas etapas e correlação direta com a assinatura da caverna. O método ERT apresentou uma ampla faixa de resistividade elétrica (100 - 10.000 Ohm.m), refletindo assim diferentes níveis de intemperismo e carstificação no sistema de Brejões. Com base no cenário geomorfológico e estrutural descrito, os reservatórios do tipo I e II foram associados ao Sistema Brejões. Sua marcada anisotropia pode implicar em rotas preferenciais de migração de fluidos, o que pode impactar todas as fases de exploração. Nossos resultados revelam que o mapeamento de zonas de dano relacionadas a dobras pode ser uma abordagem alternativa para identificar corredores de fraturas em escala sub-sísmica. A utilização do LiDAR como metodologia auxiliar nas etapas de prospecção geofísica com Tomografia de Resistividade Elétrica (TRE) promove uma nova perspectiva para a análise de efeitos 3D em ambiente cárstico.