Feições tectonossedimentares de sequências siliciclásticas em margens flexurais e margens falhadas: Exemplos na bacia do Rio do Peixe, NE do Brasil.
Bacias Interiores do Nordeste Brasileiro; Bacia do Rio do Peixe; Degrau de Santa Helena; unidades arenoconglomeráticas, deformação sinsedimentar.
A Bacia do Rio do Peixe está situada quase que inteiramente no estado da Paraíba (Brasil) e
integra um conjunto denominado como “Bacias Interiores do Nordeste Brasileiro”. A compartimentação da bacia consiste de quatro semigrábens (ou sub-bacias) – de oeste para leste: Icozinho, Brejo das Freiras, Sousa e Pombal, com eixos maiores seguindo os trends das zonas de cisalhamento que recortam o embasamento cristalino pré-cambriano (Província Borborema). O Degrau de Santa Helena engloba a região de conexão dos semigrábens Brejo das Freiras e Sousa, compreendendo trends estruturais de direções diferentes (NE-SW e E-W), o que confere características particulares para a área. Mapas precedentes da Bacia do Rio do Peixe indicam que a rampa de revezamento correspondente ao Degrau de Santa Helena é preenchida totalmente ou quase que completamente pela Formação Antenor Navarro. Na presente proposta, a região ocupada pela Formação Rio Piranhas foi significativamente ampliada, ficando a Formação Antenor Navarro restrita às proximidades da não-conformidade com o embasamento cristalino. Visto que ambas as unidades são arenoconglomeráticas algumas características, se analisadas em conjunto, se tornaram determinantes na diferenciação entre elas, tais como coloração e seleção dos litotipos, seleção, sentido de paleocorrentes e feições de deformação tectônica sindeposicional a sinlitificação, A presença de estruturas tectônicas sin-deposicionais se mostrou como um importante critério na caracterização dos litotipos da Formação Rio Piranhas. Em geral, as estruturas sin-tectônicas mais comuns na Bacia do Rio do Peixe são bandas de deformação. Na área de estudo foi possível identificar outras estruturas deformacionais, como diques clásticos e o que aqui foi referido como “feições de injeção de arenitos”. Um fato importante é o alinhamento dos pontos onde essas estruturas foram identificadas com as principais falhas que delimitam a rampa de revezamento. Esse alinhamento sugere que de fato a atividade dessas falhas funcionou como um agende desencadeador para a formação dessas estruturas. O estudo destas estruturas, a fim de elencá-las e classifica-las com termos já referidos na literatura, além de descrever os possíveis mecanismos de deformação envolvidos é um dos objetivos deste trabalho, além da descrição de aspectos diagenéticos desses arenitos, por meio da análise de lâminas delgadas