Registros holocênicos de sedimentação mista carbonática-siliciclástica na plataforma
continental externa do RN
sedimentos siliciclásticos; carbonatos; estatística; geoquímica; feições geomorfológicas.
A plataforma continental do nordeste brasileiro é caracterizada pelo clima semiárido, temperaturas quentes, águas claras, baixo aporte sedimentar e sedimentação mista, carbonato-siliciclástico. Neste estudo foram aplicadas análises estatísticas, tamanho médio do grão, selecionamento, assimetria e curtose, em 123 amostras sedimentares superficiais da plataforma externa do Rio Grande do Norte (RN) para verificar os fatores controladores da distribuição dos sedimentos. Além disso, análises geoquímicas foram realizadas através dos métodos de difração de raio X (DRX) em 18 amostras, fluorescência de raio X (FRX) em 20 amostras, microscopia eletrônica de varredura e espectroscopia por energia dispersiva em 10 amostras (MEV/EDX). Outra técnica utilizada foi o processamento digital de imagens aplicado às imagens de satélite Landsat 8/OLI a fim de avaliar a distribuição espacial das feições submersas na plataforma continental entre o Amazonas e a Bahia. Os principais resultados desse estudo demonstraram que os parâmetros estatísticos, assimetria e curtose, foram os que mais evidenciaram a distinção entre os sedimentos siliciclásticos e carbonáticos da plataforma externa. As composições químicas diferenciaram-se entre as fácies siliciclásticas, composta por Si, Al, Fe, K, Zr e Ti e as fácies bioclásticas, constituídas dos elementos Ca, Sr e Mg. Quanto ao mapeamento digital, os recifes ocorrem em águas de 10 a 35 m de profundidade, os paleocanais mostraram extensão máxima de 25 km em profundidades de até 80 m e as dunas subaquosas apresentaram comprimentos médios que variam entre 300 a 8 km em profundidades de 10 a 100 m. Assim sendo, a integração desses dados, demonstrou que os sedimentos carbonáticos são oriundos da produção in situ e os siliciclásticos são relictos derivados de rochas continentais. A ocorrência dos recifes, paleovales e dunas indicam condições semelhantes e favoráveis ao estabelecimento dessas feições durante o Holoceno ao longo da plataforma continental brasileira.