CONDICIONAMENTO ESTRUTURAL E RELAÇÕES ESTRATIGRÁFICAS DO MAGMATISMO JURÁSSICO NA PORÇÃO CENTRO-OESTE DA BACIA DO PARNAÍBA
Assinatura estrutural; Bacia do Parnaíba; Cartografia geológica; Magmatismo eojurássico; Relações estratigráficas; Suíte Mosquito.
O magmatismo básico eojurássico da Sinéclise do Parnaíba, representado pela Suíte Mosquito, é bem estudado dos pontos de vista petrológico e mesmo geocronológico. Sua cartografia está registrada nas folhas Teresina e Araguaia (1:1.000.000), disponíveis nos arquivos de dados do Serviço Geológico do Brasil (CPRM). Levantamentos sísmicos, dados de poços (disponíveis no banco de dados BDEP/ANP) e campo permitem caracterizar um importante complexo de soleiras, aflorante do domínio centro-oeste da Bacia do Parnaíba; as soleiras exibem comprimentos da ordem de dezenas de quilômetros. Esta suíte magmática é avaliada como influente na formação de sistemas petrolíferos não convencionais. Na área de estudo, os corpos magmáticos na superfície exibem um expressivo padrão de lineamentos com tendência E-W a ENE, incluindo mesetas alongadas nessa direção. Neste trabalho são abordados os controles estruturais e estratigráficos da Suíte Mosquito, o que envolveu a preparação de uma base geocartográfica utilizando os mapas disponíveis mais modificações baseadas em dados de campo (estruturas e relações cronoestratigráficas), bem como nos resultados da interpretação de imagens de sensores remotos orbitais (óptico e de radar), o último envolvendo a aplicação de técnicas de realce, com a produção de mapas de relevo sombreado, modelos digitais de elevação e composições coloridas. Em adição, foram utilizadas também informações de subsuperfície obtidas em perfis compostos de poços, combinadas com seções geológicas regionais e alguns perfis de maior detalhe. A cartografia dos contatos geológicos em mapas prévios recebeu modificações, baseadas nas assinaturas espectrais identificadas para as unidades litoestratigráficas, assim como no controle topográfico e dados de campo. As macroestruturas foram cartografadas a partir das interpretações de fotolineamentos, que foram correlacionados com estruturas de afloramentos. O estudo também abordou as relações das unidades sedimentares com a suíte magmática, fundamentadas principalmente nas observações de campo e de dados petrográficos. A área cartografada previamente como Suíte Mosquito é mais restrita, sendo substituída por uma grande extensão areal da Formação Sambaíba intrudida por soleiras. Esses corpos exibem contatos intrusivos, incluindo saltos das soleiras, e efeitos de metamorfismo de contato. Os corpos magmáticos (sub)aflorantes também incluem derrames (ou muitas soleiras rasas), deduzidos pela presença de intercalações sedimentares (sedimentos interderrames), que se diferenciam, litológica e petrograficamente, dos siliciclásticos da Formação Sambaíba e da capeadora Formação Corda. Essa unidade mais jovem apresenta uma importante superfície erosional em sua base, contendo seixos de rochas básicas e cherts. A cartografia e a caracterização mesoscópica de falhas, as suas cinemáticas e relações com as unidades acima citadas, permitiram identificar três fases de deformação rúptil que antecedem, sucedem, ou são contemporâneas e controladoras do alojamento dos corpos magmáticos.