BACIAS PRÉ-SILURIANAS NA PORÇÃO CENTRO-OESTE DA BACIA DO PARNAÍBA
Bacia do Parnaíba, Bacias Pré-Silurianas, Arcabouço Tectônico
Grábens pré-silurianos têm sido interpretadas no substrato da BPar, com implicações para o controle da subsidência e consequente gênese da bacia, a partir do Siluriano. A interpretação de 1401 km de dados sísmicos 2D, aliada à correlação com dados de poços e dados gravimétricos, possibilita um avanço na caracterização do arcabouço estratigráfico e estrutural da região centro-oeste da Bacia do Parnaíba (BPar). A análise sismoestratigráfica/sismoestrutural no intervalo subjacente à Discordância Pré-Siluriana (base do Grupo Serra Grande) permitiu caracterizar duas sismossequências, aqui denominadas de SEQ 1 e SEQ 2. A SEQ 1 é caracterizada por refletores paralelos, de alta amplitude e boa continuidade lateral, que se dispõem diretamente sobre o embasamento pré-cambriano. No extremo oeste da área, essa sequência é afetada por empurrões, encontrando-se localmente dobrada. A SEQ 2 apresenta uma geometria externa do tipo cunha, sendo constituída por refletores de baixa amplitude que onlapam a SEQ 1 e são truncados pela Discordância Pré-Siluriana. Identificam-se sismofácies caóticas, paralelas e divergentes, que mergulham e se espessam em direção a uma falha de expressivo rejeito normal, que delimita um semigráben principal a leste. Soleiras de diabásio intrudem tanto os estratos fanerozoicos da Bacia do Parnaíba quanto as sequências pré-silurianas. O truncamento de refletores associados às intrusões na base do Grupo Serra Grande sugere que se tratam de eventos ígneos distintos. A interpretação sismoestrutural integrada das seções estudadas identificou a existência de um importante semigráben alongado na direção N-S, na região de Balsas (MA), possuindo uma largura mínima de 50 km (podendo chegar a mais de 100 km na porção norte dessa região) e espessura sedimentar da ordem de 6.000 m, levando em conta as sequências fanerozoicas da BPar e a seção pré-siluriana. Esse depocentro encontra-se delimitado a leste por uma falha com extensão mínima de 100 km, alinhada na direção N-S, curvando-se para NW-SE em sua terminação norte, possivelmente configurando uma rampa oblíqua. A porção ocidental do semigráben é marcada por um alto estrutural parcialmente colapsado, com eixo orientado na direção N-S. Os dados aqui apresentados sugerem que a estruturação e deposição das sequências pré-silurianas na região de Balsas estão intimamente ligadas ao desenvolvimento do Cinturão Araguaia, provavelmente correspondendo a depósitos de uma bacia de antepaís e/ou do tipo rifte, esta última localizada nas porções mais distais da borda oeste da BPar.