EVOLUÇÃO MORFOTECTÔNICA DA PORÇÃO CENTRO-SUL DA BACIA PARAÍBA
Bacia Paraíba, reativação pós-rifte, herança do embasamento, paisagens neotectônicas, sedimentação Neógeno-Quaternária.
Processos endógenos recentes proporcionam dinâmica à litosfera e geram as mais variadas formas de relevo, mesmo em áreas de margens continentais passivas, como é o caso da área de pesquisa deste trabalho, localizada no Nordeste brasileiro. A reativação das estruturas do embasamento pré-cambriano, após a separação entre a América do Sul e África no Cretáceo, teve um papel importante na evolução de suas bacias, o que proporcionou formas de relevo variadas. Estas características morfodinâmicas podem ser facilmente percebidas nos sedimentos de borda das bacias marginais, que apresentam fortes indícios dessas reativações. O objetivo deste trabalho é investigar a influência dos processos morfotectônicos na estruturação da paisagem nos sedimentos da Bacia Paraíba. Para tanto foram utilizados dados aeromagnéticos de alta resolução, imagens da Shuttle Radar TopographicMission-SRTM, dados geológicos estruturais, dados de poços profundos e dados geológicos de campo. Nos resultados foi observado que algumas estruturas conhecidas no embasamento da Bacia Paraíba coincidem com os lineamentos magnéticos e topográficos interpretados como reativações de falhas do Pós-Mioceno. A atividade neotectônica ocorrida na Bacia Paraíba teve a capacidade de reorganizar a deposição dos sedimentos e de dominar os padrões das formas de relevo. Dados estruturais adquiridos nas unidades litoestratigráficas mostram evidências de atividade tectônica associada à deposição e erosão de sedimentos do final do Cretáceo até o presente. Isto indica que a deposição dos sedimentos pós-cretáceos foi influenciada por reativações de estruturas do embasamento pré-cambriano nesta porção da margem continental brasileira.