INTERPRETAÇÃO SÍSMICA NA PORÇÃO SUBMERSA DA BACIA DE PERNAMBUCO E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA O ENTENDIMENTO DO RIFTEAMENTO NO ATLÂNTICO SUL.
Bacia de Pernambuco, sísmica, tectônica, rifte, sismoestratigrafia.
Esta dissertação de mestrado tem como objetivo caracterizar os estágios tectônicos reconhecidos na história evolutiva da abertura do Atlântico Sul na Bacia de Pernambuco, e melhorar o seu entendimento, principalmente no que diz respeito à compreensão da evolução tectono-estratigrafica de sua fase rifte.
Para realização das atividades fez-se uso basicamente de interpretação de dados sísmicos (2D e 3D) pioneiros da porção marítima da bacia, com caracterização e mapeamento de refletores, análise de sismofacies e confecção de seções geológicas, sempre em analogia à história evolutiva melhor conhecida em outros setores da Margem Leste Brasileira, especialmente a Bacia de Sergipe-Alagoas.
A área a leste do Alto de Maracatu, um baixo estrutural reconhecido por mapas gravimétricos prévios, denominado de Graben Externo, é a região com maior concentração de dados disponíveis e foi, por consequência, a região que ofereceu a maior contribuição para o desenvolvimento deste trabalho.
Na história evolutiva da Bacia de Pernambuco, foi caracterizada a ocorrência de duas fases de rifteamento distintas (Rifte I e Rifte II), separadas por uma fase de quiescência tectônica que condicionou um ambiente restrito de sabkha proporcionando a precipitação de sal (sequência evaporítica), através da subida do nível do mar e entrada de água salobra em baixos locais deixados pela fase inicial de rifteamento.
A confirmação da presença de uma sequência evaporítica na Bacia de Pernambuco é sem dúvida uma das principais contribuições desta dissertação e, juntamente com as idades radiométricas das suítes magmáticas associadas à Sequência Rifte em terra, foram de grande importância para fixar o posicionamento estratigráfico das sismosequências mapeadas. O mapeamento sísmico demonstra a migração do eixo do rifteamento em direção à porção mais externa da bacia, já no Albiano.
Dois eventos magmáticos foram reconhecidos, com idades distintas eveidenciadas pela interpretação sísmica. O evento mais antigo estaria relacionado ao magmatismo encontrado no continente (Suite Ipojuca), de idade albiana, e marcaria o final da segunda fase de rifteamento (e a idade máxima da discordância Rifte/Drifte). O evento mais jovem, comumente observado sob a forma de cones vulcânicos, foi interpretado como de idade Paleo-Eocênica, em analogia às estruturas similares, encontradas em outras bacias mais a sul.
A corroboração de um rifteamento mais jovem nesta porção da Margem Leste brasileira, bem como a confirmação da existência de sal nesta bacia, constituem as principais contribuições desta dissertação. São temas relativamente novos, ainda muito questionados e que trazem implicações para a evolução do rifte e da cronologia de abertura do Atlântico Sul.