SISMICIDADE E CORRELAÇÃO COM FEIÇÕES GEOLÓGICAS: O CASO DO LINEAMENTO PERNAMBUCO E SEU ENTORNO
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Nesta tese são apresentados e discutidos os resultados do estudo de diversas áreas sísmicas no Estado de Pernambuco com o objetivo de se ter uma visão regional da sismicidade e suas causas. Aos trabalhos já publicados em revistas foram acrescentados dois novos trabalhos originais, submetidos a periódicos internacionais, abordando as áreas sísmicas localizadas nos municípios de São Caetano, Cupira e Agrestina. Todas as áreas sísmicas abordadas nesta tese estão situadas sobre o Lineamento Pernambuco ou seu entorno (seja em ramificações ou falhas isoladas a menos de 40 km do mesmo). O Lineamento Pernambuco é uma zona de cisalhamento Neoproterozóica de escala continental que deforma a Província Borborema e que apresenta, como ramificações, zonas de cisalhamento com direção NE-SW.
Os novos trabalhos submetidos são decorrentes da análise de dados coletados por três redes de estações que operaram nas seguintes áreas: rede SO07 (sismicidade no distrito de Santa Luzia - São Caetano, em 2007); rede BM10 (dados das áreas sísmicas de Serra Verde (Cupira) e Barra do Chata (Agrestina), em 2010); rede SO10 (sismicidade próxima ao centro urbano de São Caetano, em 2010). Esses dados foram utilizados na determinação dos hipocentros e mecanismos focais visando discutir a correlação entre a sismicidade e as principais feições geológicas da região. Os novos mecanismos obtidos, bem como os anteriormente publicados permitiram a determinação da direção do esforço médio na região.
A direção dos esforços na região envolvendo as diversas áreas sísmicas, agora ou anteriormente estudadas, é bastante estável e de direção aproximada EW (SHmax). A correlação entre a sismicidade e feições geológicas é observada sobre o lineamento e ao norte do mesmo. Ao sul (Cupira e Agrestina), em áreas sísmicas próximas a zonas de cisalhamento NE-SW, não há correlação e falhas sismogênicas normais de direção EW estão ativas e seu movimento é compatível com os esforços regionais. É provável que essas falhas ativas sejam mais recentes que o Neoproterozóico, provavelmente do período Cretáceo, época do último grande movimento do Lineamento Pernambuco.