MODELAGEM FÍSICA DE SEMIGRABENS ORTOGONAIS OU OBLÍQUOS À DISTENSÃO REGIONAL: INFLUÊNCIA DA TRAMA DO EMBASAMENTO E COMPARAÇÃO COM ANALÓGOS NO NORDESTE BRASILEIRO
Modelagem física, Bacia rifte ortogonal; Bacia rifte oblíqua; Bacia do Rio do Peixe.
A modelagem física é uma ferramenta cada vez mais usada na geologia para fornecer informação sobre os diversos estágios evolutivos (nucleação, desenvolvimento e geometria) de estruturas geológicas em várias escalas. No caso particular da simulação da tectônica distensional, a modelagem proporciona uma melhor compreensão da geometria e evolução de falhas e da arquitetura tectonoestratigráfica de bacias rifte. Neste trabalho foi utilizado um aparato tipo caixa de areia para estudar a nucleação e desenvolvimento de bacias influenciadas por estruturas prévias no embasamento, com trend variável em relação à direção de distensão. Para tal, foram realizados dois tipos de experimentos para: (i) simular o desenvolvimento individual (independente) de semigrabens com abertura ortogonal ou oblíqua à direção de distensão; (ii) simular o desenvolvimento simultâneo desses semigrabens ortogonais ou oblíquos à direção de distensão. Em ambos os casos foi utilizado o mesmo material (mistura de areia e gesso) e mantidas as mesmas condições de contorno. Os resultados obtidos foram comparados com um análogo natural representado pela Bacia do Rio do Peixe (uma das bacias interiores eocretáceas do Nordeste do Brasil). Os modelos permitiram observar o desenvolvimento segmentado das falhas de borda, com geometria lístrica, frequentemente formando rampas de revezamento, além do desenvolvimento de falhas internas às bacias, localizadas nas suas porções mais basais, similares àquelas observadas nas seções sísmicas do análogo natural. Os resultados confirmam a influência da herança tectônica do embasamento na geometria dos depocentros rifte.