MODELAGEM DO CLIMA DE ONDAS E SEUS EFEITOS SOBRE AS FEIÇÕES MORFOLÓGICAS COSTEIRASNO LITORAL SETENTRIONAL DO RIO GRANDE DO NORTE
PALAVRAS-CHAVES: Modelagem numérica, ondas, processos costeiros, Litoral Setentrional do Rio Grande do Norte.
Através dos mecanismos de refração, difração e reflexão, as ondas tendem a transformar e/ou modelar a zona costeira por meio da distribuição e dissipação de sua energia ao longo da costa, uma vez que estas,respondem sobretudopelo transporte de sedimentos litorâneos e pelos processos erosivos e de deposição (Griggs&Trenhaile, 1994). Na porção interna da plataforma continental da Bacia Potiguar, os processos físicos atuantessão frutos da superposição de efeitos de ondas, correntes, marés, ventos, configuração morfológica da costa (ilhas barreiras, linha de costa, declividade dos taludes, materiais constituintes) entre outros fatores.Consequentemente, o processo de transformação de ondas geradas ao largo até a zona costeira tem implicações importantes no transporte de sedimentos, afetando diretamente a morfologia costeira. Desta forma, o conhecimento detalhado do clima de ondas torna-se essencial para avaliar a evolução, propagação e distribuição da energia das ondas ao longo da costa. Porque ao entrarem em águas plataformais, em profundidades onde a lâmina d’água assemelha-se à metade de seu comprimento de onda, elas tendem a interagir com o fundo e começam a ser transformadas sob a influência das feições do fundo (Goldsmith, 1976). Uma das formas mais evidentes para se determinar o clima de ondas é por meio da medição in situ propriamente dita. Contudo, tendo em vista à obtenção de dados de ondas que permitam uma adequada representação espaço-temporal ser ainda um problema operacional e econômico, esta tese recorre a modelagem numérica e a medições in situde ondas em locais da plataforma interna da Bacia Potiguar. Para a modelagem é usado o modelo espectral SWAN, acrônimo de SimulatingWAvesNearshore (Booijet al., 1999), que permite simular a geração e evolução do espectro direcional de ondas desde a zona de geração ao largo até a zona costeira (Ris et al., 1994; Boojiet al., 1996, 1999; Holthuijsenet al., 2003, Rogers et al., 2006). Os resultados obtidos na modelagem numéricasão comparados aos resultados de medições in situ,que permitirão a correlação e integraçãoaos dados obtidos na linha de costa, favorecendo o entendimentodos efeitos das condições impostas pela incidência e energia das ondas sobreas feições morfológicas e na variação da linha costa.