Margem Equatorial Brasileira; Bacia Potiguar; Estratigrafia de sequências; Sistema marinho profundo.

A Bacia Potiguar originou-se em decorrência dos eventos distensivos responsáveis pela fragmentação do Pangea, e faz parte do conjunto de bacias formadas em decorrência da implantação da Margem Equatorial Brasileira. O intervalo de interesse desta pesquisa, mais precisamente, a seção delimitada, inferior e superiormente, pelas discordâncias do Albiano inferior e do Eoceno médio, respectivamente (sensu Pessoa Neto et al., 2007), foi analisado visando um melhor entendimento da sua evolução tectonoestratigráfica. Tal seção inclui todas as sequências da fase drifte transgressiva e as duas mais antigas da fase drifte regressiva da Bacia Potiguar (Pessoa Neto et al., 2007). Com o auxílio de dados de poços e sísmicos, o pacote sedimentar alvo deste estudo foi analisado objetivando a identificação de sequências e de suas unidades internas, caracterizadas com base nas litofácies, sismofácies e sistemas deposicionais reconhecidos, bem como pelo posicionamento das superfícies

cronoestratigráficas limítrofes. Esta análise resultou na delimitação de oito sequências, denominadas S1 a S8, agrupadas na sísmica em três unidades sismoestratigráficas, US1 a US3. É importante ressaltar que a Bacia Potiguar possui um histórico exploratório para hidrocarbonetos, muito focado em sua porção onshore. No entanto, as recentes descobertas de óleo em sua bacia correlata no oeste africano, assinala uma possibilidade real de descobertas de novos plays exploratórios na porção offshore desta bacia, notadamente associados a depósitos turbidíticos. Sendo assim, o presente estudo, calcado no modelo de Catuneanu (2020) para sistemas deposicionais marinhos profundos, teve por finalidade compreender a natureza da sedimentação na borda da plataforma e sua influência em setores mais distais da bacia, uma vez que tais processos influenciam os fluxos gravitacionais responsáveis pelo transporte, dispersão e deposição de sedimentos nestes locais.