Estratigrafia mecânica 3D em rochas carbonáticas da Formação Jandaíra usando VANT e GPR
Análogo de reservatórios carbonáticos; Formação Jandaíra; Estratigrafia mecânica e de fraturas
A necessidade da compreensão precisa acerca do desenvolvimento de reservatórios carbonáticos tem inspirado abordagens cada vez mais modernas, e nesta pesquisa, a investigação tridimensional, em alta resolução, de um afloramento análogo, surge para preencher lacunas não contempladas por outros métodos importantes, porém aplicados em escala regional. A área de estudo está localizada no município de Felipe Guerra/RN, onde está em exposição uma unidade carbonática, denominada Formação Jandaíra (Bacia Potiguar). Essas rochas são caracterizadas por seus extensos afloramentos em lajedos, os quais exprimem um intenso fraturamento e um forte processo de carstificação. A principal finalidade desta pesquisa foi analisar do ponto de vista estrutural, estratigráfico e litológico, o afloramento análogo Fraturas Rasas (AFR), a fim de se estabelecer uma relação entre o desenvolvimento das fraturas, a carstificação e a composição das rochas. Para tal propósito, foram aplicadas as técnicas de estratigrafia mecânica e de fraturas, a partir do uso de imagens adquiridas com um Veículo Aéreo Não Tripulado (VANT), scanlines medidas em campo, dados de poços e linhas de investigação obtidas com Grounding Penetrating Radar (GPR). A incorporação das informações de superfície possibilitou a identificação de dois sets de fraturas principais, NNW-SSE e ENE-WSW. O set NNW-SSE apresenta fraturas métricas, bem desenvolvidas, sofrendo um intenso processo de dissolução. O set ENE-WSW possui fraturas pouco extensas, compartimentalizadas entre o set de fraturas NNW-SSE, que apresentam um processo de dissolução menos evidente. A análise topológica definiu o sistema de fraturas como bem conectado. Análises estatísticas sugerem que o set NNW-WSW é caracterizado por uma distribuição espacial menos densa, enquanto que o set ENE-WSW evidencia a formação do agrupamento de estruturas (clusters). Quanto aos dados de subsuperfície, a análise estratigráfica e estrutural realizada através do conjunto das linhas de GPR e poços perfurados, permitiu a identificação de uma variação na taxa de deformação, evidenciada pela maior densidade de fraturas nas camadas mais profundas, e menos espessas, enquanto que as camadas mais superficiais, e mais espessas, apresentam menor densidade e um espaçamento maior entre as estruturas. Essa evidência está relacionada às variações das unidades mecânicas (camadas) que controlam a distribuição da deformação.