Análise Estratigráfica das Seções Rifte e Pós-Rifte da Bacia Do Ceará, Sub-Bacia de Mundaú,
Margem Equatorial Brasileira
Estratigrafia de Sequências; Bacia do Ceará; Sub-Bacia Mundaú; Bacia Rifte; Sismoestratigrafia; Tratos de Sistemas Tectônicos
As descobertas de campos de petróleo na Margem Equatorial Africana aliadas à perfuração de poços como Pecém e Pitu nas bacias do Ceará e Potiguar, respectivamente, reforçam a necessidade de estudos para uma melhor compreensão da evolução das bacias sedimentares presentes na Margem Equatorial Brasileira (MEB), que desponta como uma nova fronteira exploratória para hidrocarbonetos. A complexidade tectono-estrutural da Margem Equatorial é discutida em diversos trabalhos, que a classificam como uma margem passiva transformante. No entanto, existe uma lacuna no estudo de suas bacias à luz dos conceitos da Estratigrafia de Sequências. A Bacia do Ceará está inserida na plataforma continental da Margem Equatorial e sua origem está relacionada ao processo de fragmentação do Gondwana durante o Eocretáceo, resultando na abertura do Atlântico Equatorial. A bacia é limitada a sudeste pelo Alto de Fortaleza, a oeste pelo Alto de Tutóia, a norte pela parte sul da Zona de Fratura de Romanche, e a sul pelo embasamento cristalino. Devido aos aspectos tectônicos distintos e diferentes feições estruturais, a mesma encontra-se dividida em quatro sub-bacias, de oeste para leste: Piauí-Camocim, Acaraú, Icaraí e Mundaú. A evolução tectonossedimentar da Sub-Bacia do Mundaú permitiu compartimentar o arcabouço estratigráfico desta bacia em três supersequências: Rifte, Pós-Rifte e Drifte. Em termos litoestratigráficos, os estágios Rifte e Pós-Rifte correspondem às formações Mundaú e Paracuru, respectivamente, que foram estudadas a partir dos dados de poços, permitindo elaborar diagramas 1D com a definição de litofáceis, ciclos, conjuntos de ciclos e sequências
deposicionais. A análise sismoestratigráfica realizada a partir de linhas sísmicas 2D, possibilitou a caracterização de sismofácies, as terminações de refletores e de superfícies limítrofes. A integração desses dados e interpretações permitiu a compartimentação da seção
estudada em tratos de sistemas tectônicos e em unidades sismoestratigráficas. Por conseguinte, foi proposto um modelo para a evolução tectono-estratigráfica da bacia.