Influência do embasamento na nucleação de falhas e caracterização da arquitetura interna da Bacia Rio do Peixe (NE do Brasil)
Herança estrutural; Reativação controlada pelo embasamento; Reativação de falhas rúpteis; Nucleação de falhas; Bacias riftes intracontinentais; Dados magnéticos e sísmicos.
A formação de bacias sedimentares influenciadas pela reativação de estruturas preexistentes é um tema de intenso debate na comunidade científica, em que as zonas de cisalhamento preexistentes podem influenciar fortemente na sua evolução, induzidas por heterogeneidades mecânicas e reológicas. Embora uma relação geométrica 3-D ofereça algumas visualizações sobre como as estruturas do embasamento controlam a geometria e o desenvolvimento espacial das falhas rifte, o controle do crescimento de falhas normais, como resultado da interação entre as zonas de cisalhamento e falhas riftes recentes, ainda é pouco compreendido. Esse estudo integra dados aeromagnéticos, reflexão sísmica 2-D e 3-D, juntamente com dados geológicos-estruturais de campo, para mostrar que a reativação da trama estrutural frágil do embasamento na Bacia Rio do Peixe (BRP) representa uma herança da deformação heterogênea do embasamento, influenciando a nucleação da falha e a arquitetura interna da bacia. A interpretação dos dados geofísicos permitiu a identificação de estruturas dúcteis do embasamento abaixo da BRP e as reativações rúpteis ao longo da bacia, onde inferimos que: (a) a trama estrutural pré-cambriana atuou como local de nucleação para as falhas no seu desenvolvimento inicial; (b) a reativação de falhas de borda das bacias ocorrem ao longo das zonas de cisalhamento que separam os maiores terrenos; (c) as zonas de cisalhamento dúctil do Pré-cambriano e as falhas mais jovens compartilham uma direção semelhante, porém em profundidade as falhas mais recentes cortam a trama estrutural do embasamento; (d) a herança tectônica das estruturas do embasamento induz uma reativação rúptil de longa duração. Aqui, mostramos que a coincidência espacial de zonas de cisalhamento dúcteis pré-cambrianas e falhas rúpteis não é trivial, pois apesar de serem paralelas ao longo da direção, o mergulho dessas estruturas diverge, sugerindo que a geometria das falhas riftes não é totalmente controlado pela herança tectônica de estruturas preexistentes no embasamento Pré-cambriano.