Estimativa de espessura crustal na Bacia Potiguar utilizando função do receptor
Bacia Potiguar emersa; Função receptor; Sistema de rifte
A abertura do Atlântico Sul e Equatorial durante o Jurássico/Cretáceo deu origem a diversas bacias interiores e marginais que compõem o sistema de rifte do Nordeste brasileiro. A Bacia Potiguar, localizada no extremo leste da margem equatorial brasileira é produto desse complexo processo de rifteamento. Em sua porção emersa diversos mecanismos geodinâmicos foram responsáveis pela origem e evolução do sistema de rifte. Portanto, através da análise de espessura crustal e perfil de velocidade queremos identificar contrastes estruturais e/ou litológicos na crosta que possam ter influenciado os processos de deformação durante a formação da Bacia Potiguar emersa e sua vizinhança. Além disso, investigamos a viabilidade do modelo de McKenzie para a evolução do sistema de rifte emerso. As estimativas de espessura crustal (H) e razão (κ) foram obtidas através do calculo de função do receptor e empilhamento H-κ para 15 estações localizadas sobre a Bacia Potiguar. As espessuras crustais que obtivemos mostra um afinamento crustal (H 25 km) sob a estação PCMA, localizada próximo ao graben de Umbuzeiro. Este afinamento corrobora com o modelo de McKenzie, mostrando um afinamento da crosta logo abaixo do depocentro da bacia. Outro afinamento crustal pode ser visto nas estações MOSS e MCAU, localizadas próximo a falha de Mulungu e ao graben de Guamaré, respectivamente. Este resultado enfatiza que a fase de subsidência termal ultrapassou os limites do sistema de rifte. As demais estações da Bacia Potiguar marcam um leve afinamento crustal (30 km < H < 31.9 km), enquanto que as localizadas na vizinhança mostram um espessamento (32 km < H < 35 km)