CONTROLES ESTRUTURAIS DO ENXAME DE DIQUES BÁSICOS NA PORÇÃO CENTROLESTE DA BACIA DO PARNAÍBA
Bacia do Parnaíba; Análise estrutural; Enxame de diques
A Bacia do Parnaíba apresenta suítes magmáticas básicas de idades distintas, cujas origens relacionam-se aos eventos de ruptura do Pangea e formação do Oceano Atlântico. Nesse contexto tectônico foram alojadas rochas intrusivas (principalmente diques e soleiras) e extrusivas, concentradas em dois picos de atividades, reconhecidos do ponto de vista cronoestratigráfico como as suítes Mosquito (eojurássica) e Sardinha (eocretácea). Nas porções sudeste e centro-leste da bacia destaca-se a ocorrência de enxames de diques básicos com distintas orientações, cujas idades ainda são pouco conhecidas. No intuito de contribuir para o estudo desses corpos, dados de sensor remoto e de campo foram analisados para definição da geometria e controle estrutural dessas intrusões, seus efeitos térmicos nas rochas sedimentares da bacia e sua correlação com eventos tectônicos de caráter regional. A análise de imagens de sensores remotos permitiu caracterizar uma família de lineamentos dominantes na direção NESW, na borda sudeste da bacia, e dois outros conjuntos, nas direções ENE-WSW e NW-SE, na região centro-leste. Os dados de campo mostram que os fotolineamentos cartografados em geral correspondem a diques de basalto e/ou diabásio, associados a sistemas de fraturas e falhas normais que afetam as rochas da bacia. Diante da dispersão na orientação dos sistemas de diques, duas hipóteses foram levantadas sobre o controle estrutural e a idade desses enxames. Na primeira, os diferentes sistemas de diques são atribuídos a Suíte Sardinha e foram formados durante o evento de rifteamento do Atlântico Sul; as distintas orientações dos conjuntos são explicadas pela reativação de estruturas preexistentes na bacia, somadas as fraturas recémformadas nesse evento. Em uma segunda hipótese, a ser testada por dados geocronológicos, os enxames de diques teriam sido formados em fases tectônicas distintas, como o evento eocretáceo, as reativações mais antigas do Lineamento Transbrasiliano ou os episódios mais jovens, por exemplo a abertura da Margem Equatorial Brasileira.