Dinâmica sedimentar e foraminíferos de áreas recifais na Plataforma Equatorial do RN
Plataforma, Fácies sedimentares, Diversidade, Dominância, Foraminífero
Este trabalho tem como objetivo a caracterização de sedimentos de fundo na porção Equatorial do Rio Grande do Norte, plataforma externa, bem como avaliar a qualidade ambiental através da utilização de espécies de foraminíferos presentes nesses ambientes correlacionado esses dados com parâmetros ambientais. Para cumprir esse objetivo foram anteriormente realizadas coletas de dados físicos e químicos da coluna d’água via CTD e amostragens de sedimentos de fundo utilizando draga Van-Veen. Os foraminíferos foram triados manualmente em microscópio óptico e colados em placas numeradas conforme semelhanças de espécies. Com os dados de CTD e de abundância de foraminíferos foram elaborados gráficos estatísticos univariados (número de espécies, número de indivíduos, equatividade, dominância e diversidade) e multivariados (PCA, MDS e CLUSTER) no software PRIMER. Os resultados obtidos mostraram que os teores de matéria orgânica foram superiores nas porções mais distais, com resultados semelhantes verificados para os teores de carbonato e para a abundância de foraminíferos. Na plataforma externa predominam areias bioclásticas médias a cascalhosas, seguidamente por sedimentos siliciclásticos relictos em pontos isolados. As análises Cluster e PCA podem separar a área em três grupos principais, onde o Grupo (I) representa os foraminíferos que possuem maiores diversidades de espécies, com fácies carbonáticas em maior representatividade; o Grupo (11) constatou maior dominância de indivíduos da mesma espécie de foraminíferos, e pouca diversidade, distribuindo-se principalmente em areias bioclásticas e biosiliciclásticas lamosas com cascalho, tanto nas fácies carbonáticas e mistas; Grupo (III), representa o grupo de amostras em que os foraminíferos não revelaram resultados significativos, tanto para diversidade como para dominância. Relações entre as espécies de foraminíferos indicam competitividade entre algumas, por exemplo Quinqueloculina lamarckiana e Q. patagônica. A presença da espécie Buccella peruviana sustenta a hipótese de um ambiente exposto à entrada de nutrientes e águas frias, indicando ressurgência.