Sedimentação do Estuário do Potengi no Quaternário
Estuário, sísmica rasa, nível do mar
As sucessões estuarinas registram condições hidrodinâmicas marinhas e fluviais, bem como podem ser utilizadas como indicadores de variações nas taxas de subida ou rebaixamento do nível do mar. O presente trabalho visa à compreensão da evolução da sedimentação do Estuário do Rio Potengi e sua relação com a variação do nível do mar para o refinamento dos modelos de sistemas deposicionais estuarinos modernos em ambientes tropicais. Utilizou-se a sísmica de alta resolução para a perfilagem de sedimentos ou subestratos rasos. Foram coletados 65 km de linhas sísmicas paralelas e perpendiculares ao canal do Estuário do Potengi com os equipamentos Boomer e Sparker. Os dados adquiridos foram processados pelo software ReflexWin 8.0 e com a melhor visualização foi possível identificar elementos arquiteturais característicos de depósitos estuarinos. Foram identificados três horizontes sísmicos HI, HII e HIII e três unidades sísmicas que preenchem o vale estuarino (UI, UII, UII). Foi idealizado um modelo deposicional sintético para o estuário onde: o HI foi interpretado como discordância regional; HII como superfície transgressiva de ravinamento caracterizada por pequenos canis; HIII é uma superfície concordante que separa unidades com amplitudes sísmicas distintas. As unidades UI e U2 possuem fácies sísmicas similares de mais baixa amplitude, com refletores downlaps, trucamentos erosivos, e pequenos canais, estando relacionados com preenchimento de canais e indicando fluxo canalizado. UIII é um pacote menos espesso composto por refletores plano-paralelos fortemente marcados estando relacionado a sedimentos mais finos do avança lateral do mangue. Esses resultados preliminares revelam que as fases deposicionais do Estuário do Potengi no Pleistoceno/Holoceno foram controladas pela variação do nível do mar.