Culinária do Seridó: uma elemento da identidade territorial
Identidade territorial; culinária local; e diferenciação espacial.
Este trabalho tem por objetivo analisar a culinária local como um elemento de identidade territorial do Seridó norte-rio-grandense na contemporaneidade, onde acontece um movimento, aparentemente contraditório, no entanto dialógico, em que o modo de comer local é modificado pela diversidade alimentar e ao mesmo tempo é enaltecido como elemento de (re)existência isto é, de identificação territorial. É pautada nessa realidade que se constrói o objeto de estudo. Conquanto, orienta-se a partir dos seguintes objetivos específicos: esclarecer o significado da culinária para a constituição da identidade territorial seridoense; verificar a espacialização da culinária durante processo histórico da estruturação territorial do Seridó; e, por último, examinar o sistema culinário seridoense atual a partir de suas permanências e mudanças. Para alcançá-los, adotou-se como procedimento técnico a análise de alguns cadernos de receitas, de alguns cardápios de restaurantes e trailers, como também, do Roteiro Seridó. Realizou-se também uma pesquisa de caráter exploratório em revistas, jornais, e sites; e ainda, desenvolvem-se pesquisas de caráter qualitativo, através de entrevistas semi-estruturadas como os moradores do Seridó. E como referencial teórico seguem-se as ideias de Bonnemaison (2002), Claval (1999), Haesbaert (1999, 2001 e 2005), por ter constatado a existência de um consenso, em que esses autores concebem a identidade territorial enquanto uma construção social para/do território. Desta feita, o trabalho desenvolve-se na perspectiva de que culinária local apresenta-se como um elemento da cultura seridoense capaz de legitimar um modo de ser característico do Seridó, isto é, de estruturação identitária, consequentemente, de diferenciação espacial.