OS USOS DO TERRITÓRIO NO RIO GRANDE DO NORTE: UMA ANÁLISE A PARTIR DE EMPREENDIMENTOS RURAIS DE ECONOMIA SOLIDÁRIA
Uso do território, Economia Solidária, Rio Grande do Norte.
A Economia Solidária como uma alternativa de produção na economia capitalista, vem promovendo novas formas de organização e de relações sociais, que sob a análise geográfica, revelam-se pelos diferentes usos do território. Partindo dessa perspectiva analítica o território assume novos significados que, influenciado pelo movimento da Economia Solidária, busca racionalidades alternativas a ordem social estabelecida. Entretanto, esses diferentes usos manifestam-se de forma complexa e contraditória, uma vez que nos empreendimentos solidários diferentes agentes coorporativos, a exemplo das empresas, passam a atuar, tendo o Estado como intermediário em última instância desse processo. Diante dessa realidade, objetivamos no presente estudo analisar os diferentes usos do território a partir dos empreendimentos econômicos solidários rurais e as relações que estes estabelecem com os diferentes agentes envolvidos na dinâmica sócio-territorial do Rio Grande do Norte. Com o intuito de construir um estudo crítico que contemple as formas e conteúdos da organização territorial do fenômeno analisado, a metodologia até então adotada para a realização deste trabalho pautou-se na realização de pesquisa bibliográfica, tanto de autores da geografia como de áreas afins, em especial sobre a temática da Economia Solidária, além da coleta de dados secundários, obtidos juntos aos órgãos oficiais, como o SIES e o IBGE, não obstante a efetivação de pesquisa documental, realizada junto a SENAES, e de campo, com entrevistas realizadas junto aos empreendimentos econômicos solidários do RN, no intuito de fundamentar nossas análises iniciais. Os resultados preliminares do estudo já demonstram a complexidade dos usos do território pela Economia Solidária no RN, intensificado a partir da atuação do Estado e dos grandes agentes econômicos, que marginalizam trabalhadores solidários, sujeitando-os a uma lógica hegemônica.