MEDICALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO: PESQUISA INTERVENÇÃO- FORMATIVA COM DOCENTES DOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
Medicalização da Educação.
Teoria Histórico-Cultural.
Intervenção com docentes
Este estudo busca analisar as contribuições de uma intervenção formativa baseada na Teoria Histórico- Cultural (THC) sobre o fenômeno da medicalização da educação, com docentes que atuam nos anos finais do Ensino Fundamental. Trata-se de uma pesquisa que almeja aprofundar os estudos sobre o fenômeno da medicalização da educação à luz da Teoria Histórico-Cultural, a qual concebe o desenvolvimento dos sujeitos a partir das relações dialéticas com o contexto no qual estão inseridos, sem ignorar os fatores biológicos, mas entendendo que esses fatores não são os únicos que determinam o desenvolvimento do ser humano e o seu processo de aprendizagem. Participaram da pesquisa 20 professores da rede pública estadual de ensino, sendo 13 anuentes à pesquisa, o que nos permitiu coletar os dados necessários para fins deste estudo. As ações da pesquisa ocorreram de modo presencial e assíncrono, com uso das tecnologias para comunicação e aprendizagem. Para a coleta de dados foram utilizados instrumentos como questionário aplicado aos professores, entrevistas coletivas, gravação de vídeo e áudios produzidos como registros dos encontros. Metodologicamente apoiamo-nos em uma abordagem qualitativa, de natureza participativa, orientada pela pesquisa intervenção. Os dados obtidos, considerando-se as falas dos participantes, foram organizados em eixos temáticos para análises e discussões. Estes foram analisados em diálogo com a THC,almejando-se uma análise mais profunda e abrangente da realidade que constitui o fenômeno da medicalização da educação. Assim sendo, a pesquisa demonstrou que, inicialmente os professores possuíam um conhecimento limitado sobre o fenômeno da medicalização da educação, associando-o principalmente ao uso de medicamentos, e muitas vezes naturalizavam problemas complexos como sendo de origem biológica ou individual, delegando a responsabilidade à área da saúde. No entanto, a intervenção formativa, baseada na Teoria Histórico-Cultural (THC), promoveu uma evolução significa na compreensão dos docentes, que passaram a entender a medicalização como um processo mais amplo de patologização de questões escolares, reconhecendo seu papel social como agentes educativos e a importância de buscar alternativas pedagógicas de encaminhamentos médicos como primeira solução. As principais conclusões apontam para a urgência de discutir a medicalização e ressaltam a eficácia da THC, em articulação com a Pedagogia Histórico-Crítica (PHC), como referencial para formar educadores críticos, que valorizam a mediação e a Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP) para promover um desenvolvimento humano integral e uma educação inclusiva.