A autoscopia na formação docente: o uso da CAA na contação de histórias para ampliar a participação de alunos com TEA
Educação Especial; Autoscopia; CAA; Transtorno do Espectro do Autismo (TEA); Contação de histórias
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por déficits persistentes na comunicação e interação social, além de comportamentos restritos e repetitivos. Nos últimos anos, o número de alunos com TEA tem crescido substancialmente nas classes regulares. Apesar da crescente presença dessa população na escola, pesquisas sugerem que os profissionais da educação sentem dificuldades para lidar com alunos com TEA, principalmente devido às limitações sociocomunicativas que apresentam. Cerca de um terço desses alunos não conseguem se comunicar pela fala, sendo essencial o uso de recursos de Comunicação Alternativa e Ampliada (CAA). Em contexto pré-escolar, a CAA tem sido adotada em rotinas diversificadas, incluindo dinâmicas de contação de histórias. Estudos sugerem que muitos professores desconhecem ou não se sentem preparados para utilizar a CAA em atividades dessa natureza. Em vista de dados como esses pesquisas denotam a relevância da formação docente, seja inicial ou continuada, para que a inclusão do aluno com TEA ocorra. Uma das crescentes práticas adotadas em programas de formação profissional é a autoscopia, um procedimento de autoconfrontação com vistas à formação do professor reflexivo. Com base nesse panorama, o objetivo geral do presente estudo é analisar os efeitos do procedimento de autoscopia no uso da CAA, na contação de histórias, pelo professor de alunos com TEA. Os objetivos específicos incluem: Analisar o uso da CAA por um professor antes e após um programa de intervenção; Avaliar os efeitos da formação docente na participação do aluno com autismo ; Analisar a concepção do professor a respeito do uso da CAA durante a intervenção; Elaborar livros acessíveis em comunicação alternativa para uso na contação de histórias. O estudo foi realizado em um Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) da cidade de Natal, na turma do nível III. Os participantes incluíram uma professora e 14 crianças da turma, dentre elas 3 crianças com TEA. O presente trabalho foi delineado empregando um delineamento intrassujeitos do tipo A-B. As variáveis do estudo foram organizadas considerando os objetivos traçados em cada etapa da pesquisa. Na primeira etapa a variável independente (VI) foi a autoscopia, e a variável dependente (VD) foi composta por um conjunto de três práticas docentes: (1) o uso de perguntas, (2) repertório comunicativo e (3) comportamentos gerais; Na segunda etapa, foram avaliados os efeitos das práticas da professora no repertório dos alunos. Assim, a VI configurou-se como as práticas docentes e a VD no nível de engajamento das crianças durante a contação de histórias. A pesquisa se encontra na fase de análise dos dados e escrita da dissertação. O produto do mestrado profissional nesta pesquisa é constituído pelos 4 livros acessíveis em CAA que foram produzidos para a pesquisa e se encontram finalizados.