CURSINHO POPULAR MARIELLE FRANCO: A LUTA DO EMANCIPA COM OS/AS
“EXCEDENTES” DO ENEM PELO INGRESSO NA UNIVERSIDADE PÚBLICA
Cursinho Popular; Emancipa; Movimento Social; Etnografia; Política.
Este trabalho é resultado de uma etnografia realizada no Cursinho Popular Marielle
Franco, da Rede Emancipa, na cidade de Natal, Rio Grande do Norte, com ênfase na atuação
que tive em campo, de forma presencial e cotidiana, durante o ano de 2019. A Rede se
reivindica enquanto um movimento social de educação popular que se organiza
nacionalmente através, principalmente, de cursinhos populares preparatórios para o Enem e
vestibulares, voltados à população vulnerável socioeconomicamente, negra e estudantes
oriundos da rede pública de ensino. A pesquisa investigou algumas questões que circundam a
existência do cursinho: como se dão as práticas educativas quando se faz necessário a crítica
e denúncia do caráter excludente dos vestibulares e Enem e, ao mesmo tempo, a proposta de
viabilizar o acesso das camadas populares às Universidades Públicas? Como lidar com esse
conflito quando os/as estudantes dos cursinhos populares são os “excedentes”, ou seja,
estudantes que comumente ficam de fora das vagas? Além disso, quais os usos e apropriações
da categoria “educação popular”, considerando a interlocução entre o movimento social e a
militância partidária no cursinho e na rede? Isto posto, lancei luz a algumas elaborações
discursivas, estratégias de organização e conflitos observados em campo, evidenciando o
caráter plural, dinâmico e multifacetado do Cursinho Marielle Franco.