CARACTERIZAÇÃO DE LODO DE LAGOA ANAEROBIA QUE TRATA RESÍDUOS DE TANQUE SÉPTICO
LODO DIGERIDO, LAGOAS DE ESTABILIZAÇÃO
A gestão do lodo produzido por estações de tratamento de esgotos é um fator fundamental para o sucesso técnico e operacional do sistema e já deveria ser prevista no período de concepção do projeto, de modo a evitar os transtornos e impactos decorrentes da falta de destinação adequada. É também um problema econômico crítico por ser uma etapa onerosa, que de acordo com vários autores varia entre 20 e 60% dos custos operacionais de uma ETE (SILVÉRIO, 2004; ALEM SOBRINHO, 2001; TSUTYA, 2000).
Além disso, sua produção é crescente em decorrência da ampliação dos serviços de tratamento dos esgotos, o que agrava ainda mais o problema. No Brasil, estima-se que sejam geradas cerca de 150 a 220 mil toneladas de lodo (base seca), por ano, nas estações de tratamento (Andreoli & Pinto, 2001). Tsutya (2001) prevê que em 2015 só a região metropolitana de São Paulo seja responsável pela produção de 749 toneladas por dia (base seca)
Existem diversas opções de destinação e/ou uso, como disposição em solo, oceânica, em aterro sanitário, incineração, uso agrícola, aplicação em áreas degradadas, matéria-prima na indústria da construção civil, produção de energia, entre outros. Porém, o ideal seria que as formas de simples disposição não fossem adotas, pois as características benéficas do biossólido deixariam de ser aproveitadas. Em meio a diversas opções de uso fica fácil encontrar uma que possa incorporar o lodo sem prejuízos técnicos, ambientais e econômicos, respeitando suas características qualitativas e disponibilidade.
São inúmeros os benefícios potenciais do uso do lodo de esgoto, como a redução do consumo de recursos naturais não-renováveis; imobilização dos metais pesados; aproveitamento de suas potencialidades; redução de áreas em aterros, entre outros, variando de acordo com o uso adotado.
O custo é um importante fator na escolha do tipo de uso, mas não é o único. Existe uma série de outras variáveis de ordem econômica e ambiental que devem ser analisadas, OUTWATER (1994) destaca também a confiança e credibilidade do projeto.