Produção, Recuperação e Aplicação de Bioativos Oleaginosos Obtidos A Partir de Células de Rhodotorula mucilaginosa
Fracionamento, Bioativos, Rhodotorula mucilaginosa, Solventes Eutéticos Profundos, Nanoemulsão.
A presente dissertação teve como objetivo central a obtenção de bioativos lipídios por meio de um bioprocesso utilizando-se células de Rhodotorula mucilaginosa CCT3892 como catalisador e melaço de cana-de-açúcar como fonte de carbono, a recuperação das mesmas por meio de um processo verde utilizando solventes eutéticos profundos e a obtenção de um sistema nanoemulsionado para uso na indústria cosmética. Os resultados da primeira etapa mostraram que o uso de melaço (CM) na produção simultânea dos ativos pela levedura foi capaz de promover a obtenção de rendimentos em lipídeos totais e carotenoides totais (16,50 % ± 0,68% e 0,053 ± 0,001 mg.g-1, respectivamente) semelhantes ao obtido por um cultivo em meio sintético (S) (15,36 ± 1,36 % e 0,051 ± 0,001 mg.g-1). Com respeito à produção de ácidos graxos, o cultivo CM mostrou-se ser também o mais proeminente uma vez que o mesmo apresentou uma composição rica em ácido oleico (74,05. Com respeito à suplementação com extrato de 1 aumento da permeabilidade das células da levedura e uma correlata recuperação fracionada dos carotenoides presentes no interior da mesma. O melhor resultado de recuperação dos carotenoides totais (0,110 ± 0,005 mg.mL-1) se deu com o usos do solvente sintetizado com a adição de glicerol (ChGy). Os resultados da análise dos perfis de ácidos graxos dos óleos obtidos após cada um dos tratamentos revelaram mostraram que os tratamentos não trouxeram variações em relação aos mesmos. A análise termogravimética da biomassa microbiana, antes e após os tratamentos realizados, revelou que a depender da espécie química utilizada na síntese do solvente, o mecanismo de interação do mesmo para com a parede celular muda completamente. Um planejamento experimental (2³) revelou a influência direta que a temperatura de processo, a adição de etanol no solvente e o tempo de processo exercem sobre toda operação de recuperação. Na última etapa desta pesquisa, constatou-se a forte atividade antioxidante do extrato obtido, a qual foi atribuída não só a presença de carotenoides (0,10 ± 0,02 mg.g-1) mas também dos diferentes açúcares redutores presentes em sua composição, como: xilose (2,19 ± 0,02 mg.g-1), glicose (1,03 ± 0,00 mg.g-1) e arabinose (0,36 ± mg.g-1). Após a determinação do valor de IC50 para a atividade antioxidante do extrato (10,84 mg.mL-1), o mesmo foi adicionado a 2,5% em uma fase oleosa composta por triglicerídeos de ácido cáprico e caprílico e conservante. A fase foi então emulsionada com água destilada (fase aquosa) e Tween 20 (tensoativo), verificando-se então a formação de dois sistemas de escalas nanométricas, F1 (42,90 ± 8,17 nm) e F2 (118,85 ± 1,44 nm). Ambos sistemas obtidos foram caracterizados quanto ao seu pH, potencial zeta e índice de polidispersividade (PDI). Após os ensaios de estabilidade, constatou-se que os sistemas se apresentaram estáveis em relação ao ensaio de centrifugação, mas cineticamente estáveis variantes com relação ao comportamento cinético de acordo com as condições térmicas impostas, após 30 dias de estocagem. A análise reológica também foi realizada constatando-se que o comportamento dos mesmos variou de newtoniano (F1) para não-newtoniano (F2) em função da composição da fase oleosa no sistema final.