Tratabilidade de solos contaminados com creosoto e fenantreno através de processo oxidativo avançado com persulfato ativado por quelato de ferro.
Remediação de solo; Processo oxidativo avançado; Persulfato; Creosoto; Hidrocarbonetos policíclicos aromáticos.
Uma porção significativa de solos contaminados contém poluentes líquidos orgânicos conhecidos como NAPLs (do inglês, Non-Aqueous Phase Liquids). O creosoto é um tipo de DNAPL (do inglês, Dense Non-Aqueous Phase Liquids) e, por isso, tem a capacidade de migrar para profundidades significativas em subsuperfície, até atingir uma camada impermeável, onde se acumula. Assim, ele pode estar presente em diferentes fases no meio subterrâneo, tais como vapor, NAPL (residual e livre), dissolvida e sorvida. Ele é uma mistura complexa de constituintes orgânicos, contendo principalmente hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs). Os HPAs são poluentes orgânicos persistentes que tendem a adsorver em partículas sólidas devido às suas propriedades físico-químicas. Processos oxidativos avançados podem ser aplicados para remediar áreas contaminadas com HPAs através do uso de agentes oxidantes, como o persulfato. Esse oxidante pode ser ativado por íons de ferro gerando radicais livres de sulfato () que reagem com as espécies orgânicas causando mineralização parcial ou completa. Neste trabalho, o particionamento de HPAs contidos no creosoto entre as fases vapor, aquosa, DNAPL e sorvida foi avaliado. Além disso, ensaios de tratabilidade utilizando persulfato ativado por quelato de ferro foram aplicados em solos arenosos artificialmente contaminados com creosoto e fenantreno. A partir da avaliação de distribuição de fases, a maior concentração de contaminantes foi detectada na fase sorvida. Os ensaios de tratabilidade realizados no solo contaminado com creosoto demonstraram que 61,4% dos HPAs selecionados no estudo foram removidos. O fenantreno (PHE) mostrou ser um dos HPAs mais recalcitrantes. Assim, ensaios de tratabilidade em solo contaminado com fenantreno foram realizados e maiores percentuais de remoção foram obtidos, sendo possível atingir níveis abaixo do valor de intervenção estabelecido pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) para áreas industriais. Os ensaios cinéticos indicaram que a cinética de degradação do PHE ajusta-se adequadamente a um modelo de segunda ordem. Com base nos resultados deste estudo, a oxidação química provou ser uma tecnologia de remediação eficaz para a contaminação de solos por HPAs.