Estudo da Viscosidade de Emulsões Água-Óleo Contaminadas
com Fluido de Perfuração.
Petróleo, emulsão água-óleo, fluido de perfuração, viscosidade, BSW.
A indústria do petróleo e gás natural possui diversas etapas que confluem para um objetivo comum, que é produzir os derivados de interesse comercial que a sustentam economicamente. Duas das primeiras etapas desta indústria são cruciais para sua viabilidade: a Perfuração de Poços e o Processamento Primário de Petróleo. A primeira é essencial para produção de petróleo e gás natural, pois sem os poços produtores é impossível escoar os hidrocarbonetos dos reservatórios para a superfície. A segunda é responsável pela especificação do petróleo para transporte desde a área produtora até as refinarias, onde é transformado em derivados de interesse comercial. Este trabalho realizou um estudo da viscosidade das emulsões água em óleo e da interferência que os componentes normalmente utilizados nos fluidos de perfuração formulados para os campos de petróleo e gás natural no estado do Rio Grande do Norte provocam nesta propriedade quando descartados em oleodutos de produção. Adicionalmente foi realizada uma modelagem matemática para permitir a avaliação da interferência dos contaminantes de fluidos de perfuração na capacidade de tratamento de uma Estação de Tratamento de Óleo (ETO). A partir das curvas de viscosidade foram obtidas as equações que descrevem a viscosidade das emulsões em função da temperatura para a faixa de BSW (basic sediments and water) analisada. As viscosidades das emulsões foram comparadas com as viscosidades das emulsões contaminadas com os componentes selecionados de fluidos de perfuração, permitindo quantificar o aumento da viscosidade provocado por tais contaminantes e verificar que a barintina e a carboximetil celulose(CMC) deslocaram o breakthrough da emulsão para valores de BSW menores que 40%. A modelagem matemática realizada para descrever a capacidade de tratamento de um Tanque de Lavagem a Quente (TLQ) permitiu compreender as interferências que os contaminantes das emulsões água-óleo provocaram na sua capacidade de tratamento. Foi verificado que para as condições de operação consideradas a goma xantana não diminuiu a capacidade de tratamento do TLQ, mas a barintina e o CMC implicaram em diminuição de até 10% da capacidade de tratamento e o hidroxipropil amido (HPA) atingiu diminuição de até 12%. As informações obtidas neste estudo atingiram seu objetivo maior, que era comprovar cientificamente a interferência dos contaminantes de fluidos de perfuração na capacidade de tratamento de petróleo, indicando a necessidade de investimentos na etapa de descarte dos fluidos de perfuração.