"Estudo da influência da temperatura na degradação termoquímica da biomassa de avelós (euphorbia titucalli Linn)."
Pirólise; Euphorbia tirucalli (avelós); reator de cilindro rotativo; bio óleo, carvão; fase gasosa
Nos dias atuais é cada vez mais importante a descoberta de fontes de energias alternativas, visto que os combustíveis fósseis estão a caminho da escassez. A pirólise da biomassa tem aparecido como alternativa interessante, uma vez que pode ser realizada com as mais diversas fontes de origem animal ou vegetal. O presente trabalho tem como objetivo avaliar a influência da temperatura no rendimento dos produtos originados do processo de pirólise do pó (dp = 0,15 mm e 9,37 % de umidade), obtidos dos galhos secos da planta avelós (euphorbia tirucalli.Linn), planta esta abundante na região nordeste do Brasil, utilizando um reator de cilindro rotativo em escala de laboratório. Antes do processo, a biomassa foi tratada e caracterizada por: análise imediata, (CHNS, umidade, materiais voláteis, cinzas e carbono fixo) bem como, avaliação dos teores de lignina, celulose e hemicelulose., além de outras técnicas instrumentais, tais como: Espectroscopia no Infravermelho com Transformada de Fourier - FTIR, Análise Termogravimétrica e diferencial (TG/DTG) – com avaliação da energia de ativação no regime não isotérmico com taxas de aquecimento de 5 e 10 oC/min, Difratograma de Raios X - DRX, Fluorescência de Raios X- FRX, Microscopia Eletrônica de Varredura – MEV. Os resultados obtidos mostram a biomassa como uma matéria prima com potencial para produção de biocombustíveis, pelo fato de apresentar alto teor de matéria orgânica (78,3 % em material volátil) e carbono fixo (7,11 %). A energia de ativação exigida para degradação da biomassa variou entre 232,92 – 392,84 KJ/mol, no intervalo de temperatura da reação estudado e taxa de aquecimento de 5 e 10oC/min. No processo de pirólise, estudou-se a influência da temperatura da reação (350, 400, 450, 490 e 520 °C), mantendo-se constantes as demais variáveis, ou seja, a vazão do gás de arraste (100 cm³/min), a velocidade de centrifugação para condensação do bio-óleo (1840 rpm), a vazão de biomassa (600 g/h) e a rotação do reator (33,7 rpm). O rendimento máximo em bio-óleo foi de 8,12 %, carvão 32,7 %, fase gasosa não condensada de 35,4 % e perdas da ordem de 23,8 %, obtidos na temperatura de 450 oC. Para o bio-óleo obtido nesta temperatura foram feitas as seguintes caracterizações: poder calorífico superior (3,43 MJ/kg), pH (4,93), viscosidade (1,5 cP) e análise cromatográfica, se destacando na composição o fenol (12,71 %), seguido do metil ciclopentenona (10,56) e do dimetil ciclopentenona (7,76). Os produtos obtidos no processo de pirólise do pó do avelós apresentaram-se interessantes do ponto de vista de prováveis aplicações em processos industriais, pelo fato do bio-óleo apresentar baixa viscosidade (1,5cP), baixa acidez (pH = 4,93), alto teor de compostos cetônicos (30 %) e fenólicos (22 %), e inexistência de produtos de funcionalidades ácidas. O carvão obtido apresentou em sua estrutura alto percentual em potássio (39,48 %) e cálcio (37,97 %), enquanto que a fase gasosa não condensada se apresentou com um rendimento significativo em metano (86,1 %), destacando-se como uma fonte atrativa de energia